O governo já calcula ter maioria folgada para aprovar um salário mínimo de R$ 545 na Câmara dos Deputados, apesar de pressões contrárias da oposição e centrais sindicais para um aumento de R$ 560. Nas contas do Planalto, cerca de 240 a 260 deputados devem chancelar o valor defendido pela equipe econômica.

Para a proposta ser aprovada, é preciso ter maioria simples dos votos de quem estiver em plenário. Se os 513 (total de deputados) estiverem presentes, o que é muito difícil acontecer, o governo sai vitorioso com 257 dos votos. Para começar a votação, é necessária a presença de pelo menos 257 deputados. Com esse número mínimo, a maioria simples para aprovar seria de 129. Se estiverem 300 deputados, a maioria fica em 151.

Contra essa proposta, ainda de acordo com cálculos do Planalto, devem votar apenas 160 deputados. Além das bancadas de oposição do PSDB, DEM e PPS, que somam 111 votos, PDT, PV e dissidentes ocultos da própria base devem completar o número. A votação começa no início da tarde desta quarta-feira (16), mas a previsão é que se encerre no início da noite.

Ainda nesta manhã, lideranças do governo no Congresso se reuniram com a cúpula do Planalto para passar o balanço. Estiveram presentes os líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, do PT no Senado, Humberto Costa, e os ministros da Casa Civil, Antonio Palocci, e de Relações Institucionais, Luiz Sérgio.

Diante da pesada mão do governo sobre a Câmara, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), já admite a possibilidade de derrota na votação.

Fazendo coro a lideranças da oposição, o sindicalista voltou as críticas para uma suposta pressão do governo sobre os deputados, inclusive com ameaças de perda de cargos no Executivo e corte de emendas parlamentares.