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Presidente considera absurdo o tombamento da sede do Rádio Clube de Campo Grande


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29/06/2011 12h30

Presidente considera absurdo o tombamento da sede do Rádio Clube de Campo Grande

LAíS CAMARGO


 Foram três anos de verdadeiras batalhas judiciais, mas hoje a história teve um desfecho – a sede do Rádio Clube, na Rua Padre João Crippa, foi tombada pelo valor histórico e cultural. A decisão foi publicada hoje no Diário Oficial de Campo Grande e o presidente do clube considera esta uma decisão infeliz.

“Encaro isso aí como um absurdo. Eles tombaram um prédio que nem é original, só a parede da fachada é a mesma. Tinha que ter feito uma avaliação mais criteriosa”, comenta o atual presidente do clube, Omar Mohamed Ayoub. No ano passado, a prefeitura declarou o local como patrimônio histórico de Campo Grande. Enquanto isso, mais de quatro recursos judiciais tramitavam tentando evitar o tombamento.

A presidência da Fundação Municipal de Cultura (Fundac) não se surpreende com a contrariedade do presidente do clube. “Nem sempre o proprietário quer que seu bem seja tombado, porque o imóvel tem uma preservação quase eterna. Então a gente às vezes faz o tombamento contrário à opinião do dono, até para salvar o bem da especulação imobiliária”, explica Roberto Figueiredo, presidente da Fundac.

Referência

Praça da República ninguém sabe onde fica, mas se falar em Praça do Rádio fica mais fácil. Para homologar o tombamento, critérios como este também foram utilizados. “O prédio mantem a configuração original, a arquitetura segue o estilo missões, igual ao da Igreja São Francisco, que utiliza telhas de barro. Há poucos como esses em Campo Grande”, afirma a arquiteta da Fundac, Elen Rodovalio. Ela comenta que a igreja está listada para tombamento, só falta alguém requerer. O tombamento do Rádio Clube foi requerido pelo ex-vereador e ex-secretário de administração, Jorge Martins.

Para o presidente do clube, Omar Ayoub, uma avaliação mais criteriosa deveria ter sido feita, já que o prédio não seria mais o original de 1943. “Só vejo desvantagens neste tombamento. Se mais para frente quiserem fazer algo em benefício da cidade, como uma edificação, ficaremos impedidos. O clube tem dois mil donos, os sócios deveriam ter sido ouvidos”, argumenta Ayoub. A Fundac enxerga o tombamento como preservação da memória da cidade e que o clube tem uma importância para coletividade, portanto interesses individuais não devem ser analisados.

Uma comissão com três peritos fez um laudo detalhado apresentando as justificativas do tombamento. Nele estão especificados os detalhes como as telhas originais, a fachada e até a piscina, que também foi tombada. “Não há como negar a importância desse prédio no cunho cultural da cidade”, afirma a arquiteta. Foram tombados: salão de festas, piano bar-restaurante, pátio, piscina e fachadas do corpo central do edifício.

 





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