A crise da dívida soberana sequer contou ainda com uma resolução para a Grécia e o temor recai neste momento sobre as próximas vítimas - Espanha e Itália.

Os ministros de Finanças da zona do euro disseram ontem que estão prontos para tornar seu fundo de assistência financeira mais flexível, em um esforço para evitar o contágio da crise da dívida por economias maiores. Eles, contudo, não deram detalhes de como isso seria feito.

Hoje, o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, recebe o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. A expectativa é de que ambos falem da crise da dívida europeia e os esforços dos europeus para lidar com a situação, entre outros temas.

Ontem, Van Rompuy realizou um encontro "de coordenação" com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, e o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. A conversa, que tinha gerado muitas expectativas, também acabou sem resultados.

Enquanto os líderes europeus não anunciam medidas efetivas para acalmar os mercados, os leilões de títulos mostram custos mais altos dos países para financiar suas dívidas.

É neste clima que os investidores iniciam nova rodada de negócios. Nesta manhã, as principais bolsas de valores europeias apresentavam perdas, assim como os índices futuros americanos operavam no "vermelho".

No Brasil, o mercado acionário enfrenta dificuldades para se "livrar" deste contágio de pessimismo. Minutos atrás, o Ibovespa futuro cedia 0,18% e marcava 60.680 pontos.

Estados Unidos
Em Wall Street, o índice Dow Jones caiu 1,20% no pregão passado, enquanto o Nasdaq recuou 2% e o S&P 500 perdeu 1,81%.

A agenda americana desta sessão tem como destaque a ata do Federal Reserve (Fed) referente ao último encontro do Comitê Federal de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês). Além disso, agentes analisam o comportamento da balança comercial em maio e o início da safra de balanços, com os números da Alcoa.

Empresas
Na cena corporativa, o Pão de Açúcar permanece no foco dos agentes. O empresário Abilio Diniz viajou para Paris para participar de reunião do Conselho de Administração do Casino, que ocorre hoje. A intenção de Abilio é explicar os méritos que ele enxerga na proposta de associação do Carrefour com o Pão de Açúcar.

No setor de construção, a PDG, maior incorporadora do Brasil, anunciou vendas de R$ 1,824 bilhão no segundo trimestre. O volume representa um crescimento de 17,2% em relação ao mesmo período de 2010 e alta de 7,1% na comparação com o primeiro trimestre deste ano.

A empresa ainda lançou R$ 2,054 bilhões entre abril e junho, um crescimento anual de 13,9% e de 16,8% sobre os primeiros três meses deste ano.

Fora do Ibovespa, a Mundial, um dos fenômenos de valorização na Bolsa neste ano, marcou para o dia 27 de julho sua assembleia especial de preferencialistas para aprovar a conversão das ações preferenciais (PN) em ordinárias (ON). Para o mesmo dia, marcou também uma assembleia geral extraordinária para aprovar a migração para o Novo Mercado da Bolsa.

A proposta é de conversão da totalidade das ações preferenciais em ações ordinárias, na proporção de 0,8 ação ordinária para cada ação preferencial.