12/02/2018 09h14
Caprichosos debocha da ambição em forma de protesto contra momento que país vive
Numa forma de se libertar de toda ambição que assola o país materializada nos incontáveis casos de corrupção, a escola de samba Caprichosos de Corumbá passou pela passarela do samba dando seu recado com o enredo: “Debochar e libertar: A Caprichosos manda para os Quintos a ambição de quem não trabalha ou inventa o povo não sustenta”.
Com 610 componentes, a escola cujo símbolo é a onça-pintada, passou pela avenida sem perder a empolgação mesmo sob garoa que insistiu em cair até o final do desfile quando o relógio já passava das 03 horas da manhã de segunda-feira.
A passagem da Caprichosos pela passarela do samba começou com a Corte Portuguesa representada na coreografia de Anderson Nunes que contou ainda com um elemento cênico representando o trono real de Portugal ocupado pela Maria Louca.
No carro abre-alas “Terra à Vista”, a riqueza da fauna e flora, além dos habitantes originais, os indígenas, dividiram espaço com uma grande alegoria da onça-pintada. Antes dele, porém, a primeira ala que simbolizou toda a inocência dos índios.
Na sequência, vieram alas que representaram a diversidade da fauna brasileira, principalmente, a de aves com araras e tucanos.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Rainha Giovanna Bastos deu show à frente da bateria
Toda essa profusão da natureza e a riqueza do solo com seus recursos minerais, entre eles, o ouro, se uniram para estruturar o enredo ao longo da história do Brasil até chegar aos dias atuais. Da ambição pelo ouro nas Minas Gerais, ala em tons amarelo e dourado, até os desvios de recursos públicos de hoje, ala dos presos.
Na bateria, o destaque foi para o jovem mestre Robeson Adrison, que superou uma deficiência visual congênita, e comandou 80 componentes, mantendo o ritmo da escola. A rainha da bateria, Giovanna Bastos, passou com samba no pé e demonstrando garra pela agremiação na fantasia que representava a “cobiça voraz”.
A Caprichosos de Corumbá encerrou seu desfile com um carro alegórico onde diabinhos que vestiam terno e gravata formaram uma mistura debochada do momento que os “brasileiros vivem quando a mala preta é mais importante do que a cultura a educação a saúde do povo”.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Comissão de frente representou o passeio da corte portuguesa