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Quanto custa passar um vexame depois da bebedeira do Carnaval


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  • mell280

13/02/2018 07h15

Quanto custa passar um vexame depois da bebedeira do Carnaval

De cada 37 atendimentos pela Cruz Vermelha na folia, 35 é de embriaguez entre adolescentes que só são liberados na presença dos pais ou responsáveis

Thailla Torres


 Todo ano a cena se repete. A cobertura intensa de alegria, cores, fantasias e marchinhas no Carnaval, caminha junto com o número de exageros em bebida alcoólica. Situação que leva muitos foliões a passar um vexame durante a folia. O abuso álcool também intensifica as aglomerações que acarretam, principalmente, em brigas no final da festa.Mas nem é preciso esperar muito tempo para encontrar folião passando vexame depois de tomar alguns goles antes do anoitecer. Nesta segunda-feira (12), o primeiro dia do Bloco Capivara Blasé, era grande o número de pessoas que bebiam à vontade na esquina da Avenida Mato Grosso com a Calógeras.

Desde o primeiro dia de folia na Esplanada Ferroviária, o espaço virou reduto de um público, na maioria jovem, que se diverte ao som de funk e bebedeira. Bastou uma volta pelos foliões que dançavam até o chão para descobrir que ali, praticamente, todo mundo é menor de idade. E são os mesmos adolescentes que investem pesado na compra de álcool.

Turma entre 13 e 17 anos afirmaram que compraram bebida à vontade na festa e com autorização dos pais.Turma entre 13 e 17 anos afirmaram que compraram bebida à vontade na festa e com autorização dos pais.

“A gente traz o suficiente para ficar louco”, afirma um adolescente de 17 anos que segura uma garrafa de energético e vodca na mão. Ele afirma que diariamente gasta em média R$ 100,00 para beber com os amigos. “Dá para comprar três caixas de cerveja, dois litros de energético e duas vodcas que a gente toma em uma hora e meia”.

Questionados se os pais têm conhecimento do uso abusivo e, proibido, de bebida entre eles, os adolescentes confirmam. “Meu pai sabe que eu bebo, uma vez ele já me buscou muito doido na escola”, afirma outro colega que diz ter 15 anos.

Na mesma esquina, um grupo de adolescentes, que além de vender bebida alcoólica e consumi drogas à vontade na frente do público, afirma que está ali para outra “função”. “Eu não vou falar quanto eu vendo porque faço parte do Falcão do tráfico e tô aqui trabalhando”, dispara ao ser questionado sobre a venda e consumo de bebidas entre os adolescentes da turma.

Durante o desfile do Capivara Blasé, um jovem aparentemente bêbado caia nas ruas e somente o público ajudou.Durante o desfile do Capivara Blasé, um jovem aparentemente bêbado caia nas ruas e somente o público ajudou.
Presidente da Cruz Vermelha afirma que o número é preocupante.Presidente da Cruz Vermelha afirma que o número é preocupante.

Durante o desfile do bloco, outra cena chocou uma parcela do público, ao ver um jovem caindo no asfalto depois de tanto beber. Ele caiu pelo menos três vezes, na frente de oficiais do Corpo de Bombeiros, que não socorreu o rapaz. Com ajuda de uma foliona, o ele foi caminhando até uma das viaturas. O Lado B tentou falar com o rapaz e a pessoa que o ajudou, mas ninguém quis dar entrevista.

Ontem pela manhã, a equipe do Campo Grande News encontrou um jovem deitado e alcoolizado no mesmo local, com uma plaquinha ao lado do corpo.

A situação preocupa, principalmente, a equipe da Cruz Vermelha Brasileira que diariamente atende um número alto de adolescentes embriagados. “De cada 37 atendimentos, 35 deles são adolescentes que consumiram bebida alcoólica. É um número preocupante para jovens que deveriam estar bebendo”, afirma o presidente Tácito Nogueira.

Nesse caso, quando o adolescente dá entrada no atendimento, ele só é liberado na presença dos pais ou responsáveis. “A gente entra em contato com os pais, conta sobre o que está acontecendo e aguarda a presença deles. Se o caso for muito grave, ele é atendimento por uma equipe médica do Samu e é encaminhado para Unidade de Saúde, onde também é liberado com a presença de um responsável”.

É importante ressaltar que é proibida a venda de bebida alcoólica para pessoas menores de 18 anos.

 




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  • Nelson Dias12
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