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Dólar cai a R$ 3,71, de olho no exterior em dia de definição de Selic


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  • mell280

20/06/2018 15h20

Dólar cai a R$ 3,71, de olho no exterior em dia de definição de Selic

G1


 O dólar iniciou a quarta-feira (20) com leves oscilações ante o real, em meio a tensão comercial entre Estados Unidos e China e em dia de definição da taxa básica de juros no Brasil (Selic). A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de absolver a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), em processo no qual era acusada pelo Ministério Público Federal de corrupção passiva e lavagem de dinheiro também está na mira dos agentes, diante das implicações que isso pode ter no julgamento do pedido de libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo a Reuters.

Às 9h56, a moeda norte-americana caía 0,96%, a R$ 3,7115 na venda. Na mínima do dia, a cotação chegou R$ 3,7070 e na máxima, a R$ 3,7511. Na véspera, o dólar subiu 0,2%, a 3,7474 na venda. A cotação ficou perto da estabilidade mesmo sem a oferta de novos contratos de swap cambial tradicionais, que equivalem à venda futura de dólares, durante o pregão. Foi a primeira vez que o Banco Central não ofertou novos derivativos desde 11 de maio.

Tensão comercial e incerteza política

O clima esquentou entre China e Estados Unidos depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou impor novas tarifas de 10% sobre US$ 200 bilhões em bens chineses e Pequim alertou que irá retaliar com medidas "quantitativas" e "qualitativas", em um rápido agravamento do conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Na sexta-feira (15), os EUA já haviam anunciado tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões de importações chinesas, e prometido ainda mais taxas caso a China revidasse, o que aconteceu. Pequim anunciou tarifa adicional de 25% sobre 659 produtos dos Estados Unidos avaliados em US$ 50 bilhões.

Os riscos de uma guerra comercial desenham um pano de fundo mais adverso para ativos de risco. O aumento do protecionismo das duas maiores economias do mundo aumenta preocupações sobre o crescimento global num momento que alguns dos principais bancos centrais reduzem a liquidez, trazendo uma perspectiva mais dura para emergentes, segundo a Reuters.

No Brasil, a alta da moeda também é influenciada pela cena política. Os investidores temem a vitória algum candidato considerado menos comprometido com o ajuste fiscal e as reformas nas eleições de outubro.

Intervenção do Banco Central

O mercado também opera sob a expectativa de atuação do Banco Central por meio de swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Para esta seção, foi anunciada apenas oferta de até 8.800 contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de julho. Na última sessão, o BC também não anunciou qualquer intervenção excepcional. Fez apenas o leilão de swap para rolagem de US$ 5,720 bilhões do total de US$ 8,762 bilhões que vencem no mês que vem.

O BC já cumpriu sua promessa de injetar o equivalente a US$ 24,5 bilhões em swaps entre as sessões de 8 a 15 de junho. A autarquia ainda estima ofertar US$ 10 bilhões ao longo desta semana, dos quais US$ 1 bilhão já foram vendidos na segunda-feira.