Progresso, emprego e incentivos fiscais. Estas serão, segundo o presidente da Associação de Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul - Biosul Roberto Hollanda, as conseqüências da nova unidade do Grupo Adecoagro - uma das principais empresas produtoras de alimentos e energia renovável da América do Sul, lançada em Ivinhema (MS), na quinta-feira(4), por volta das 16 horas, na Fazenda Carmen.

O empreendimento terá investimento de R$1,5 bilhão e vai gerar cerca de 3 mil novos empregos diretos, 4 mil indiretos e pretende arrecadar 70 milhões anuais aos cofres estaduais, conforme informa o Gerente Regional Administrativo do Adecoagro Tomas Payne. O diretor sucroalcooleiro do grupo, Marcelo Vieira, explica que a planta foi redimensionada e terá capacidade de moagem de 6 milhões de toneladas anuais e será ainda mais focada na co-geração e na flexibilidade da produção de etanol e açúcar.  Ele ainda acrescenta que a longo prazo novos negócios podem ser implantados em outros municípios do Estado.

De encontro com esse cenário, Hollanda aponta o MS como grande impulsionador de desenvolvimento. Ele diz que o Brasil precisa aumentar sua oferta de cana-de-açúcar e Mato Grosso do Sul está acima da média nacional em produção, com 68% do etanol, enquanto números nacionais estão em 53%. “Nosso Estado é responsável por grande parte do sucesso sucroalcooleiro, nada mais justo que trazer um ´greenfield´para cá”, argumenta o presidente da Fundação MS, Luis Alberto Moraes Novaes.

Com apenas cinco anos em MS, a Adecoagro chega com pretensão de instalar três empreendimentos com capacidade total de 10 milhões de toneladas/ano. Desde 2008 já opera a primeira usina - no município vizinho de Angélica, que conta com tecnologia moderna e capacidade de moagem de 4 milhões de toneladas/ano.

"Hoje a unidade de Angélica tem mais de 300 funcionários de Novo Horizonte do Sul, o que vai aumentar o número de oportunidades com a nova unidade de Ivinhema”, conta a secretária de assistência social de Novo Horizonte do Sul Margarida Mateus da Silva. Comprovando essa informação, o governador André Puccinelli, também presente na ocasião, admite que com o início da construção da segunda unidade, haverá dois principais desafios: o desenvolvimento da infraestrutura logística mais eficiente e o esforço da formação de mão de obra.

“É uma das grandes preocupações e objetivos é qualificar mão-de-obra para o Estado, e que isso vai ser feito através do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Mato Grosso do Sul) e outras instituições”, concorda a secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo - Seprotur, Tereza Cristina Corrêa.

Outro ponto positivo da unidade será a integração com o setor agropecuário, que o setor proporciona. Segundo o diretor-secretário da Federação de Agricultura e Pecuária de MS - Famasul, Dácio Queiroz, a pecuária da região já vive uma grande transformação em detrimentos de outros segmentos, e a lucratividade é maior com a produção da cana, pois segundo ele, quando o bagaço não é totalmente queimado, torna-se um componente barato para ração, o que vem a somar com setor.

Também prestigiram o lançamento da pedra fundamental a vice-governadora Simone Tebet, o senador Waldemir Moka, os deputados Reinaldo Azambuja e Márcio Fernandes, prefeitos de diversos municípios, o presidente da Federação das Indústrias do MS Sergio Longen, gerentes e diretores das usinas da região, fornecedores de cana e equipamentos industriais, dentre outros convidados e autoridades, que somaram aproximadamente 500 pessoas na ocasião. “Através da disponibilidade de terra, clima apropriado, topografia plana e diversas parcerias e incentivos, o progresso chega a Ivinhema”, finaliza Roberto Hollanda.