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O vencedor


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20/10/2018 06h08 - Atualizado em 20/10/2018 07h10

O vencedor

Frei Venildo Trevisan


 Somos portadores de valores e de dons suficientes para a realização pessoal. São dons e valores que contribuem para alcançar um lugar de honra na sociedade. Somos sedentos de conquistas e de vitórias. Queremos ser mais e melhores do que os demais. Queremos nos impor para mostrar capacidades e talentos, força e criatividade.


Mesmo que nem tudo esteja claro, arriscamos atitudes e posicionamentos que nos distinguam dos demais. Somos eternos competidores. Alimentamos permanentes aspirações de um melhor lugar, de posições privilegiadas e de recompensas promissoras. Alimentamos sempre novas e maiores ambições. Alimentamos uma forma insaciável de poder, de posse e de prazer.

Quem estiver envolvido nesse tipo de vida dificilmente aceitará ocupar algum posto mais simples e mais humilde. Dificilmente se conformará a exercer tarefas que não apareçam. Com certeza vai querer estar em destaque perante os demais e receber elogios e promoções.

A humildade parece não ter vez nem voz. Colocar seus dons a serviço dos mais empobrecidos e marginalizados não parece nada honroso. E, no entanto, é tudo quanto a comunidade espera daqueles e daquelas que são eleitos para algum serviço na sociedade. Mas o orgulho de ocupar algum cargo faz desaparecer a humildade de servir.

O Mestre dos mestres estava caminhando com seus discípulos, indo para Jerusalém. Pelo caminho, estava explicando que, ao chegar em Jerusalém, seria preso, maltratado e condenado à morte. Mas que, ao terceiro dia, haveria de ressuscitar.

Os discípulos, porém, tinham o pensamento envolvido em outra realidade. Imaginavam que o Mestre derrubaria o governo existente e implantaria um novo sistema, e eles seriam privilegiados com cargos de honra e com lugares de destaque.

Não pensavam em outra possibilidade. Na cabeça deles, só circulava a ideia de se tornarem poderosos e bem-sucedidos. Começaram até a discutir entre eles quem haveria de ser o maior e o mais importante. Essa discussão chegou aos ouvidos do Mestre.

E ele os chamou junto a si e lhes disse: “ Vocês sabem que os que são considerados chefes das nações as dominam, e os seus grandes fazem sentir seu poder. Entre vocês não deve ser assim. Quem quiser ser o maior entre vocês seja aquele que serve, e quem quiser ser o primeiro entre vocês seja o servo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir.” (Mc.10,42-45).


A tentação continua. Ainda hoje são muitos os homens e mulheres expostos à tentação do poder e da dominação. São muitos que querem emprego, mas não querem trabalho. São muitos que exigem de Deus graças, favores e bênçãos, para não terem mais sofrimentos, dificuldades e lutas. Ainda são muitos os que querem ser bem servidos por Deus e não aceitam terem de servir os marginalizados, criaturas amadas de Deus.

Em lugar de servir a Deus, preferem servir-se de Deus. Em lugar de libertar quem se encontra prisioneiro do mal, preferem jogá-lo na sarjeta do abandono. Mas é bom pensar que só seremos vencedores se formos solidários com os que estão comprometidos em servir e em salvar.
 




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