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Conselho proíbe queima da palha da cana-de-açúcar em Dourados


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  • mell280

29/07/2011 13h30

Conselho proíbe queima da palha da cana-de-açúcar em Dourados



 O Comdam (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) de Dourados tomou a decisão certa em não aprovar a alteração na lei que proíbe a queima da palha da cana-de-açúcar no município. 


Em reunião ordinária nesta quinta-feira (28), depois de exaustivo debate que duraram alguns meses entre as partes interessadas, a Câmara de análises e aprovação de projetos do Comdam, apresentou aos membros do Conselho, um parecer com dez páginas justificando porque da não permissão de alteração na lei.


Podemos dizer que esta decisão mais correta porque, não poderíamos aqui enquanto cidadãos douradenses e Movimentos Sociais, dimensionar as consequências que isto poderia ocasionar ao meio ambiente se fosse permitido. 


Para se ter uma idéia, a revista Caros Amigos de nº. 172, está como uma matéria na sua edição de julho, onde o Brasil é visto como a “Arábia Saudita do Etanol”, frase dita por Narenda Murkumbi, presidente da Shree Runuka, companhia indiana que controla várias usinas de etanol no Brasil.


Segundo a revista, a expectativa dos investidores estrangeiros em relação a essa fonte de energia renovável, genuinamente brasileira, é que em um futuro mais breve do que se prevê, possa representar um papel preponderante na composição da matriz energética mundial. 


Mas o que isto tem haver com Dourados?


Tem haver em muito, uma vez que, se nós cidadãos douradenses e da Grande Dourados, não ditarmos as regras, que tipo de desenvolvimento sustentável queremos, o capital estrangeiro avançará de maneira voraz sobre este setor que tradicionalmente foi dominado por grupos familiares brasileiros, ditara as regras como eles bem querem. 


Para ser ter uma idéia do que estamos dizendo, vamos citar os EUA como exemplo onde as florestas foram totalmente devastadas em nome do expansionismo industrial que tanto pregaram. Hoje o país sofre com as constantes situações climáticas adversas que provocam destruição em massa, e o que é pior, ainda se recusam debater qualquer questão ambiental mundial que venha interferir no seu desenvolvimento econômica, exemplo o Tratado de Kioto. Eles, os investidores americanos, japoneses, ingleses, agora apontam para o Brasil.


Percebendo a importância desta matriz energética, esses investidores agem de forma a quererem controlá-la. Mas não é de graça que isso acontece, a matriz energética vindo da cana-de-açúcar, representa 18% no Brasil. Alguns derivados da cana-de-açucar poderá num futuro próximo substituir a nafta, insumo básico da indústria petroquímica utilizado na produção de toda a cadeia de plásticos e resinas, o dito “Plástico Verde”. A safra de 2010/2011 produziu-se 27,5 bilhões de litro de álcool, uma movimentação de R$ 60 bilhões. 


Até 2020 a produção de petróleo que hoje produz 86 bilhões de barris poderá cair para 60 bilhões, justamente em um momento onde as frotas de veículos só aumentam no mundo. Isso vem confirmar o que todo já imaginava, que o etanol estrategicamente será uma das importantes matrizes energéticas mundial, e a Royal Dutch Shell (inglesa) tem uma visão muito clara disto, tanto que fez recentemente a fusão com a Cosan a maior sucroalcooleira do mundo. A empresa estatal brasileira Petrobras seguindo a mesma linha, investirá neste grande oligopólio U$ 1,9 Bilhões até 2014.


Que venham os investimentos seja ele estrangeiro ou nacional o que não podemos deixar que eles ditem as regras da sustentabilidade em nosso país. Portanto parabenizo o Conselho Municipal de Meio Ambiente de Dourados, que cumpre muito bem o papel no Controle Social das questões ambientais no município.





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