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Apesar de viver apenas 45 dias, mosquito Aedes Aegypti pode colocar 450 ovos


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  • mell280

25/10/2016 11h20

Apesar de viver apenas 45 dias, mosquito Aedes Aegypti pode colocar 450 ovos

Luciana Brazil


 Campanha Estadual de Continuidade no Combate ao Mosquito Aedes Aegypti, lançada nesta terça, reforça o trabalho de conscientização no combate ao foco de criadouros.  Informação é uma importante ferramenta de prevenção.

Campo Grande (MS) – Temido pela população de países tropicais, como o Brasil, devido ao clima favorável à sua proliferação, o mosquito Aedes Aegypti possui um ciclo de vida de 45 dias e, apesar do período curto de sobrevivência, pode colocar até 450 ovos, transmitindo doenças como a dengue – que matou 17 pessoas em Mato Grosso do Sul no ano passado.  Como outras espécies na natureza, o mosquito também se adapta às condições de subsistência e a água limpa deixou de ser a única opção para que a fêmea deposite seus ovos.

“O mosquito se adapta e a fêmea já começou a procurar água suja para depositar os ovos”, alerta o coordenador Estadual do Controle de Vetores, Mauro Lúcio Rosário. E por isso, segundo ele, os cuidados com água parada, seja ela suja ou limpa, precisam ser constantes e acentuados, disse ele.

Ficar atento aos hábitos do mosquito pode ajudar a se livrar do inseto tão inconveniente. Segundo Mauro, já que as fêmeas são as únicas que picam, por precisarem extrair do sangue humano proteínas que ajudam na produção dos ovos, é importante saber que 90% delas são encontradas dentro de casa. “Duas condições favorecem para que as fêmeas permaneçam em uma residência. A primeira é a fonte de alimentação, ou seja, os moradores, e a segunda é o local para depositar os ovos”.

No inverno a proliferação dos mosquitos é menos intensa, já que a fêmea leva mais tempo para colocar os ovos. No entanto, além de continuar depositando ovos em recipientes com água parada, a sua alimentação segue normalmente, ou seja, ela vai continuar picando.  Também com temperaturas mais amenas, os ovos demoram mais tempo para eclodir quando estão em contato com a água, mas ao contrário dos que as pessoas acreditam os mosquitos não param de se proliferar.

“Se no verão a larva leva de 8 a 10 dias para chegar à fase adulta, no inverno poderá levar até 20 dias por causa da temperatura da água. No calor, a fêmea se sente mais a vontade para se alimentar e colocar os ovos. Porém, os hábitos continuam os mesmos no inverno. Em temperaturas iguais ou menores de 5° graus a fêmea não resiste e morre e isso também acontece quando os termômetros marcam mais de 40° graus”.

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Bacia com água é local ideal do criadouro dos mosquito. Foto: Arquivo

Já os ovos do mosquito são de extrema resistência e podem  suportar em um recipiente, sem ter entrado em contato com a água, entre 300 e 400 dias. “Por isso a população precisa estar atenta aos cuidados com possíveis criadouros do mosquito, porque assim que vier uma chuva os ovos vão eclodir”, afirmou.

Segundo Mauro, dentro de uma residência uma fêmea é capaz de picar até cinco pessoas e esse “ataque” pode acontecer em qualquer horário do dia. “Antes acreditava-se que as picadas só aconteciam no início do dia ou no fim da tarde, mas isso não funciona assim. O mosquito pica durante todo tempo”, explicou.

Se a fêmea estiver infectada ao colocar seus ovos, pelo menos 60% das larvas já estarão contaminadas ao eclodirem. “Isso se chama transmissão transovariana. O mosquito Aedes Aegypti pode se contaminar com o vírus da dengue, febre amarela, chikungunya ou da zika através dessa transmissão transovariana, da fêmea para larva, ou picando uma pessoa que esteja contaminada com uma dessas doenças”. Segundo Mauro, a transmissão transovariana contribui e muito para as epidemias.

Lixo ou entulhos acumulados são locais onde fêmea do mosquito deposita os ovos. Foto: Arquivo

Lixo ou entulhos acumulados são locais onde fêmea do mosquito deposita os ovos. Foto: Arquivo

Podendo voar em um raio de até 100 metros de distância, o mosquito é capaz de deixar a residência para colocar os ovos em outro local, caso ali não encontre um recipiente com água parada, e ainda voltar para a mesma casa onde ele consegue alimento.

“Por isso a preocupação grande com a limpeza de terrenos baldios onde o lixo é criadouro certo para esse mosquito. Sem contar com os cuidados necessários dentro de casa, evitando deixar recipientes, garrafas, vasilhas nos quintais, tratando a piscina com cloro, entre outras medidas extremamente necessárias”, explicou o coordenador.

O Aedes Aegypti ficou conhecido por ser rajado de listras pretas e brancas, mas Mauro lembra que ao completar 30 dias de vida essas escamas caem e assim se torna mais difícil reconhecê-lo. “Eles podem ter o tamanho de um pernilongo, aproximadamente de 0,5 centímetros, ou ainda ser um pouco menor”.

Campanha Estadual de Continuidade no Combate ao Mosquito Aedes Aegypti 

O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul lança nesta terça-feira (25) a Campanha Estadual de Continuidade no Combate ao Mosquito Aedes Aegypti. A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES/MS) reforçará os trabalhos de conscientização no combate ao foco de criadouros do mosquito Aedes Aegypti, em especial na redução do acúmulo de resíduos nas residências e em terrenos baldios nos municípios de Mato Grosso do Sul.

Para auxiliar nos trabalhos de enfrentamento ao Aedes Aegypti nos municípios, o governo também entregará 15 veículos, sendo: 9 caminhonetes Fiat Strada com bombas de aplicação de veneno acopladas, 2 veículos modelo Nissan Versa e mais 4 veículos modelos Doblô, doados pelo Ministério da Saúde, por meio da Sala Nacional de Situação.





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