14/09/2011 14h20
Denúncias em série tornaram insustentável permanência de Pedro Novais à frente do Ministério do Turismo
Contratos milionários, regalias como passagens aéreas bancadas por organizações não governamentais (ONGs) , assinaturas de atestados falsos , lanches no valor de R$ 4 milhões e até a volta de um empresário que havia sido afastado por improbidade administrativa na época do então governador José Roberto Arruda. Se não já bastassem essas denúncias envolvendo o Ministério do Turismo, o titular da pasta Pedro Novais sobreviveu até que além do esperado após ser o pivô de novas suspeitas envolvendo práticas ilícitas desde quando era deputado federal. Desta vez, a utilização dos serviços de funcionários públicos para fins particulares tanto para ele, quanto para esposa.
Na terça-feira, o jornal "Folha de S. Paulo" publicou uma reportagem na qual mostra que, entre 2003 e 2010, quando ainda era deputado, Novais pagou o salário de sua governanta com dinheiro público . Uma nova denúncia publicada no jornal nesta quarta-feira agravou a situação do ministro. Segundo a reportagem , a mulher do ministro usava irregularmente um servidor da Câmara como motorista particular . No início de agosto, o GLOBO fez um levantamento de algumas denúncias que atingiram o polêmico ministério. OPERAÇÃO VOUCHER: Secretário do Turismo e ex-presidente da Embratur recebiam propina, diz PF Somente com o Instituto Brasileiro de Hospedagem, foram R$ 52 milhões em três contratos assinados pelo secretário-executivo do ministério, Frederico Costa da Silva - que foi preso na Operação Voucher, juntamente com mais 35 pessoas, todas suspeitas de desviar recursos por meio de emendas parlamentares. No mês de julho, O GLOBO já havia denunciado que o Instituto Brasileiro de Hospedagem era dirigido pelo empresário César Gonçalves, afastado da Brasíliatur por improbidade administrativa durante a administração do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. Três anos depois, mesmo indiciado, César Gonçalves estava de volta aos negócios com o poder, agora sendo responsável por contratos assinados em tempo recorde; sendo que alguns em menos de 30 minutos. Também no mês retrasado, O GLOBO denunciou que o Ministério do Turismo havia cancelado um empenho de R$ 12 milhões com o mesmo Instituto Brasileiro de Hospedagem, pois havia suspeita de irregularidades. O projeto, que o ministério sequer conhecia exatamente, foi cancelado e previa, entre outras coisas, um gasto de R$ 4 milhões somente com lanches para convidados em aulas inaugurais. O Instituto Brasileiro de Hospedagem também foi responsável pelo primeiro encontro da presidente Dilma Rousseff com o ministro Pedro Novais, passados mais de seis meses da posse. A presidente queria que ele respondesse à denúncia do GLOBO de que o Ministério do Turismo havia assinado três contratos com o instituto, o mesmo dos lanches de R$ 4 milhões. Desta vez, porém, para a realização de cursos à distância - no valor de R$ 52 milhões.
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