Publicado em : 10/01/2018
Sobre o segundo caso de feminicídio registrado em Maracaju: Não podemos achar que é normal uma mulher ser morta apenas por ser mulher.
Infelizmente isso acontece de diversas formas pelos motivos diversos: um ex-namorado que não aceita o término do relacionamento porque considera a mulher sua posse, o marido que assassina a esposa porque ela foi a uma festa sem permissão, um ex-parceiro que se sente desonrado por qualquer comportamento da mulher que foge do que ele compreende como “adequado”, entre outros exemplos que evidenciam uma estrutura de poder e controle sobre a mulher.
Crimes registrados como passional. Essa prática incentiva a impunidade e contribui para a continuidade dos elevados índices de violência contra a mulher no Brasil, no Estado, no município e no distrito. A exposição da figura da mulher assassinada por um homem, simplesmente por ser mulher, por não aceitar mais certas imposições.
Enquanto mulher 'eu' deixo aqui meus sentimentos a família da Thalia Vieira em primeiro lugar. Deixo também meu repúdio, a esta que foi a segunda vítima de uma ação machista cujo o nome é “feminicídio”, deixando x e claro que não se trata de nenhuma regalia.
Penso eu, que ter em lei, o reconhecimento dessa realidade não é um privilégio para nós mulheres. Não há vantagem alguma em ser alvo do machismo, algo que elege a mulher como violável e assassinável por causa de seu gênero. Afinal, a mentalidade de quem comete um feminicídio é de que se vítima não age de acordo com seu lugar de mulher – que é ser inferior, submissa e obediente -, ela merece morrer, pois mulheres não merecem autonomia. Pra 'eu' a realidade milenar de que mulheres continuam sendo preteridas e oprimidas. O que já chegou a hora de merecermos respeito e igualdade, está na hora de pararmos de bater palmas pra louco dançar. Boa tarde!