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Leonardo Cabral
PUBLICADO EM: 18/02/2023 11h33


Cibalena prova que carnaval é em Corumbá e arrasta multidão em noite de irreverência

Foto: Cibalena na Avenida General Rondon; um "mar" de gente


 Após dois anos sem descer oficialmente para a Avenida General, um “mar” de gente voltou a invadir as ruas de Corumbá, na noite de sexta-feira, 17 de fevereiro, com a passagem do bloco de Sujos Cibalena, o maior e mais irreverente da região pantaneira.  

 

Em poucas horas, a multidão foi tomando conta da concentração do Cibalena, na rua Frei Mariano esquina com a Joaquim Murtinho. Os foliões vestiam diferentes fantasias e a maioria manteve a tradição do bloco, que é homem vestido de mulher e mulher vestida de homem.

O presidente do bloco, Elias Ferreira da Silva, calculou que cerca de 35 a 40 mil pessoas foram “arrastadas” pelo Cibalena na noite de sexta.

“Depois de dois anos as pessoas podem matar a saudade do Cibalena. Foi um desafio muito grande, para fazer tanto o esquenta, como hoje. Aqui temos um carnaval de família, alegria, irreverência. O bloco é que nem time de futebol, as pessoas têm paixão e essa paixão passa de geração em geração”, disse Elias ao Diário Corumbaense.

 

Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense

Paulo Victor e o filho, Joaquim, lançando moda no Cibalena, mas vestidos tradicionalmente

Confirmando a observação de Elias, o folião Paulo Victor Roque, estava acompanhado da família e levou o filho, Victor Joaquim, de 10 anos. Além de estarem vestidos como manda o figurino do bloco, eles também resolveram lançar moda no Carnaval.

 

“Primeiro de tudo, aqui tem que ter respeito, sem discriminação com nada e ninguém. O Cibalena é um bloco confortável para brincar com a família, e estou junto com meu filho, e mostro pra ele que temos que ter respeito”, falou Paulo que, junto com Victor, exibia corte de cabelo em formato de coração. "Estamos celebrando o amor nesta sexta de carnaval e vamos brincar essa festa juntos”, completou.

 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Severino, com sua irreverente fantasia de noiva

Há quase 20 anos saindo no Cibalena, com a mesma fantasia, de “A noiva nordestina”, Severino Bento da Silva, já é quase patrimônio do Cibalena. Ele conta que durante todo esse tempo, apenas não saiu com sua fantasia nos dois anos em que o Cibalena não desceu para a Avenida por causa da pandemia da covid-19.  

 

“Parei junto com o bloco, mas uma palavra que resume todos os anos estar aqui é paixão, sangue na veia, até homenageado já fui. Sempre venho com minha fantasia de noiva", disse Severino frisando que no Carnaval, “a alegria tem que reinar ao lado do respeito, principalmente com as mulheres”.

Rainha do Cibalena

Um dos pontos altos do bloco é o concurso para a escolha da Rainha do Cibalena. Os competidores precisaram agradar a um "rigoroso" corpo de jurados que avalia irreverência, criatividade e animação. Os melhores colocados levaram um troféu para casa.

Ao todo esse ano, foram seis candidatos. Na apresentação, cada um mostrou muita animação, com suas irreverentes fantasias, alguns com torcida organizada.

 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Aroldo, Rainha do Cibalena, com a fantasia "De volta para casa de mamãe"

O título de Rainha do Cibalena ficou com Aroldo Vieira, de 70 anos, que estava com a fantasia: “De volta para casa de mamãe”. Com peruca loira, um vestido longo colorido e uma mala, escrito “de volta para a casa de mamãe”, Aroldo disse ao Diário Corumbaense que é uma alegria participar do Cibalena, que é tão tradicional no Carnaval da cidade.

 

“É uma satisfação imensa estar aqui hoje e ganhar esse título. A presidência está de parabéns, o bloco está maravilhoso. A minha fantasia significa que depois de dar cabeçada no mundo, estou voltando para a casa de mamãe. E assim, vamos brincando o Carnaval”, disse Aroldo.

 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Cibalena nas ruas da cidade

Logo depois da premiação, o trio elétrico puxou a multidão, descendo a rua Frei Mariano até a Avenida General Rondon, onde tão tradicional quanto o Cibalena é a marchinha que embala os foliões. Composição do conhecido “Ruyzinho”, o refrão foi cantado com muita paixão por quem, ano após ano, tem a música já guardada na cabeça: “Sou atrevido, Sou garanhão, Sou Cibalena de coração... hoje vou cibalenar, beber cerveja até cair...”.

 

O bloco surgiu nos anos 70 pela união de amigos e está enraizado no Carnaval de Corumbá há 45 anos, arrastando sempre milhares de foliões na sexta-feira de Carnaval.

 







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