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Kelly Moraes
PUBLICADO EM: 22/09/2025 10h53


Entre o hype e a dúvida: a Inteligência Artificial no olhar da Geração Z e da Alpha

Foto: assessoria


A Inteligência Artificial se tornou um divisor de águas no debate sobre o futuro do trabalho, da criatividade e da interação entre marcas e pessoas, especialmente quando o recorte envolve gerações. Para Luiz Menezes, fundador da Trope, consultoria especializada em comportamento das gerações Z e Alpha, o ponto central não é ser a favor ou contra essa tecnologia, mas sim compreender suas nuances. “A GenZ quer que a IA seja uma aliada e não uma vilã. Mas isso depende da forma como ela é usada”, afirma.

O estudo “How can we upskill Gen Z as fast as we train AI?”, feito pela agência EY, mostrou que 76% dos entrevistados da Geração Z usam ferramentas de inteligência artificial em suas vidas pessoais e no trabalho. O levantamento contou com a participação de 5.218 pessoas ao redor do mundo, sendo que 10% desse total são brasileiros. Isso mostra que, tanto no Brasil, quanto no mundo, o uso da IA já se faz presente na grande maioria dos jovens.

Dentro de ciclos curtos e contextos de alto grau de incerteza, como os que marcam o mercado atual, as gerações mais jovens demonstram abertura para novas ferramentas, desde que essas inovações respeitem seus valores de autenticidade, privacidade e propósito. A IA pode ser um recurso valioso para desbloquear criatividade e aumentar produtividade, mas a Geração Z exige mais do que promessas tecnológicas: quer controle, transparência e impacto real. Este é apenas o começo de um novo capítulo onde transformação digital, comportamento e cultura se encontram.

Essa mentalidade digital da Geração Z não se restringe a ambientes urbanos ou corporativos — ela já está moldando setores tradicionais, como o agronegócio. No campo, jovens produtores nativos digitais aplicam o mesmo raciocínio que utilizam ao usar novas tecnologias ou ao adotar IA: buscam ferramentas que simplifiquem processos, ofereçam dados precisos e gerem resultados concretos.

Isso significa que o avanço da transformação digital, quando aplicado a negócios específicos, ganha contornos ainda mais estratégicos. No caso do agronegócio, por exemplo, a digitalização não é apenas uma tendência, mas uma resposta a um novo perfil de produtor rural: mais jovem, conectado e com maior nível de escolaridade. Essa geração traz para o campo uma mentalidade voltada à inovação, combinando tradição e tecnologia para ampliar produtividade, rentabilidade e sustentabilidade. E, nesse cenário, soluções digitais passam a desempenhar um papel fundamental na tomada de decisões, na gestão de operações e na integração das diferentes etapas da cadeia produtiva.

“O processo de transformação digital, quando direcionado para negócios específicos, como é o caso da agricultura, exige muito mais do que apenas tecnologia. É preciso entender as particularidades de cada cultura, safra e operação, para que as soluções digitais realmente façam sentido no dia a dia do produtor. No campo, cada inovação deve nascer para resolver um desafio concreto e gerar valor imediato. Isso se torna ainda mais relevante diante de uma nova geração de produtores, já nativos digitais, que valorizam transparência, confiabilidade e propósito nas ferramentas que utilizam”, afirma Ivan Moreno, CEO da Orbia, a maior plataforma digital integrada do agronegócio na América Latina.

Conforme Luiz Menezes, o debate vai além do fascínio tecnológico ou das preocupações alarmistas. “A geração Z não está interessada em polarizações. Mas ela não se preocupa ainda em entender os efeitos reais da IA em sua vida, no trabalho e na forma como se relaciona com o mundo”, analisa o especialista.

No fim, seja no uso da IA por jovens urbanos ou na gestão de uma fazenda, a transformação digital tem um mesmo objetivo: colocar dados e tecnologia a serviço de decisões melhores, mais rápidas e com impacto positivo real.

 

Science Concept. Human And Robot Hands Reaching Each Other


 


 







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