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Ninho é construído para acolher tuiuiús em ponto devastado pelo fogo


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25/10/2020 07h18

Ninho é construído para acolher tuiuiús em ponto devastado pelo fogo

Ideia é reproduzir ninho antigo e atrair ave símbolo do Pantanal sul-mato-grossense

Por Liniker Ribeiro e Laiane Paixão


 Parada obrigatória para turistas e local de muitas memórias para moradores, o ninho de tuiuiú às margens da rodovia BR-262, que foi destruído pelo fogo no fim de setembro, em Corumbá, a 419 quilômetros da Capital, foi reconstruído. Não no pé de ipê que antes suportava o ninho, mas ao lado. Não de forma natural, mas com todos os cuidados e características do antigo, como forma de atrair a ave símbolo do Pantanal.

 
 
Cuidados que envolveram dedicação e tempo por parte de especialistas e profissionais de empresa privada. O ninho foi finalizado em apenas quatro dias após pesquisas e estudos. Ideia que surgiu há cerca de duas semanas pelo pesquisador Walfrido Tomás, da Embrapa Pantanal.
 
“A ideia surgiu quando observei um tuiuiú sobre a árvore queimada onde ficava o ninho, duas semanas atrás. Como sabemos que os tuiuiús são fiéis ao local de nidificação, sempre reproduzindo nos mesmos locais, ou então procurando local próximo quando a árvore é perdida, pensei que talvez fosse importante oferecer uma alternativa para o casal dessas aves já que o ninho é protegido por lei municipal de Corumbá desde 2011, além de ser um atrativo turístico bem conhecido”, detalhou o pesquisador ao Campo Grande News.
 
A partir daí, projeto foi elaborado e compartilhado com a pesquisadora Neiva Guedes, do Instituto Arara Azul, e com o biólogo Gabriel Oliveira de Freitas, mestrando na Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade.
 
Ninho de tuiuiú ficou isolado por causa do fogo (Foto: Renata Cortez)
Ninho de tuiuiú ficou isolado por causa do fogo (Foto: Renata Cortez)
A ação também contou com participação da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal, de Corumbá e parceria com a Energisa, concessionária responsável pela distribuição de energia em cidades de Mato Grosso do Sul, permitiu que a ideia fosse colocada em prática.
 
 
A estrutura do novo ninho foi baseada em ninhos artificiais de cegonhas, muito construídos na Europa. Os materiais para construção foram doados pela empresa de energia, que instalou a estrutura com mais de 12 metros de altura.
 
“Abraçamos a ideia e pensamos em fazer algo simples, mas que pudesse ser colocado de forma rápida. Os pássaros estão em período de reprodução, que pode ser atrasado devido a escassez de alimentos no Pantanal, mas a natureza pode nos surpreender”, ressalta Rodolfo Acialdi Pinheiro, gerente do DCMD (Departamento de Construção, Manutenção e Distribuição) da Energisa.
 
Rodolfo detalha ainda como o ninho foi construído. “Separamos um poste com a altura parecida com a da árvore que está no local, preparamos estrutura metálica de torre de transmissão que é um material leve, construído com 2x2 metros e em formato octogonal. Prendemos a estrutura na cabeça do poste e fizemos a forragem com pedaços de madeira do local”, destaca.
 
Estrutura metálica com cerca de 12 metros foi instalada ao lado de ipê, na BR-262 (Foto:Divulgação/Energisa)
Estrutura metálica com cerca de 12 metros foi instalada ao lado de ipê, na BR-262 (Foto:Divulgação/Energisa)
Agora, com a estrutura já pronta e um "ninho" inicial colocado lá em cima, pesquisadores estão ansiosos para ver as aves de volta ao local. “A expectativa é que o casal de tuiuiús se interesse pelo local e passe a terminar a construção que nós iniciamos. Os falos e material mais fino colocado sobre a estrutura busca oferecer esse visual aproximado com um nino natural dessas aves, de forma a atraí-los para dar continuidade”, reforça Walfrido.
 
 
A montagem foi concluída na tarde de ontem (23) e, apesar do pouco tempo, os pesquisadores ainda não tiveram notícias de que tuiuiús sobrevoaram a estrutura, mas observaram algumas aves nas proximidades. “É impossível dizer se são os ocupantes do antigo ninho, alguns de seus 5 filhotes do ano passado ou mesmo outros tuiuiús diferentes”, destaca o pesquisador da Embrapa Pantanal.
 
Equipes trabalhando para instalar estrutura que dá suporte para ninho (Foto: Divulgação/Energisa)
Equipes trabalhando para instalar estrutura que dá suporte para ninho (Foto: Divulgação/Energisa)
 
 
 
 




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