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Em nota, Bolsonaro justifica discurso polêmico como "calor do momento"


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09/09/2021 17h09

Em nota, Bolsonaro justifica discurso polêmico como "calor do momento"

Comunicado que fala em harmonia e diálogo foi divulgado, após reunião com o ex-presidente Michel Temer

Clayton Neves


Ex-presidente Temer teria aconselhado Jair Bolsonaro antes de nota à nação. (Foto: Arquivo)

 Dois dias após polêmicos discursos durante manifestações no feriado de 7 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro emitiu nota justificando suas palavras, “por vezes contundentes”, como ditas “no calor do momento” e sem “intenção de agredir quaisquer dos Poderes”. O comunicado, que fala em harmonia e diálogo, foi divulgado após encontro com o ex-presidente Michel Temer.

 
 
Na terça-feira, Bolsonaro participou de atos em Brasília e em São Paulo. Nos dois, discursou contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), enquanto apoiadores pediam o fechamento da Corte. Em uma das falas, o presidente falou em não acatar decisões do Judiciário e xingou de "canalha", o ministro Alexandre de Moraes.
 
As falas provocaram reações no Judiciário e Legislativo, com pronunciamentos na tarde de ontem do presidente do STF, Luiz Fux e dos presidentes da Câmara Federal e do Senado.
 
Bolsonaro divide a nota em 10 pontos. Começa dizendo que o País está dividido e, ao mudar o tom, admite que na vida pública ninguém "têm o direito de 'esticar a corda', a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia".
 
Durante o texto, o presidente até elogia Alexandre de Moraes. Admite que as divergências ocorrem por decisões, que tem cortado repasses para redes sociais de apoiadores acusados de distribuir fake news. Mas ressalta as "qualidades como jurista e professor" do ministro do STF.
 
O presidente fecha a nota reiterando o "respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país".
 
Confira a nota na íntegra:
 
Declaração à Nação
 
No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:
 
 
1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.
 
2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.
 
3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.
 
4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.
 
5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.
 
6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.
 
7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.
 
8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.
 
 
 




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