10/10/2021 13h51
Familiares e amigos se despedem de Kaline, vítima de chacina na fronteira
“Encantadora”, definiu amiga sobre douradense que estudava medicina e foi vítima de pistoleiros
Ao lado do caixão, em prantos e amparada pelo marido e padrasto de Kaline, a mãe da estudante de medicina não quis falar sobre a filha. Foram os amigos que contaram parte da história que tiveram na breve vida da jovem que perdeu a vida no local onde buscava realizar o sonho de ser médica.
“Encantadora”, disse Tainara Alvares, 23, amiga de Kaline há oito anos. Segundo ela, Kaline sempre foi animada, alto astral, do tipo “topa tudo” quando não queria apenas "ficar na dela vendo Netflix".
Tainara contou que na noite antes da execução, a futura médica mandou vídeo se produzindo para a festa em que ia na madrugada. "Ela nunca foi de sair para uma festa na madrugada, mas naquele dia ela foi", disse Tainara, chorando.
Roberto Vinicius Teixeira, amigo de Kaline há oito anos, disse que a lembrança é dela sempre com sorriso no rosto.
Inconsolável, Letícia Santos, 23, contou que a acadêmica de medicina ainda não sabia a especialidade médica, mas estava animada por fazer o curso dos sonhos. “Fazia só um mês que ela havia mudado para Pedro Juan”, disse ela.
Letícia contou também que ela e outros amigos iam passar o feriado em Bonito. A viagem aconteceria no dia em que Kaline foi executada. Além dessa viagem, a jovem, iria passar as festas de final de ano em Camboriú (SC) com o mesmo grupo de amigos.
A chacina – Kaline Reinoso de Oliveira foi atingida por 14 dos 110 tiros de fuzil disparados por três criminosos contra uma SUV da Toyota estacionada em frente ao local da festa, em Pedro Juan Caballero.
Além dela, morreram Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21, filha do governador de Amambay Ronald Acevedo – atingida por seis tiros – a também brasileira Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18, ferida por dez disparos, e Osmar Vicente Álvarez Grance, o “Bebeto”, 32, atingido por 31 tiros de fuzil. Um rapaz e outra mulher ficaram feridos.
Osmar seria o alvo dos pistoleiros. Segundo a polícia paraguaia, apesar de não possuir antecedentes criminais, ele era suspeito de ligação com o narcotráfico.