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Usinas de biogás quintuplicam em 8 anos e “alimentam” indústrias de MS com energia limpa


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  • mell280

14/09/2023 10h51 - Atualizado em 14/09/2023 12h49

Usinas de biogás quintuplicam em 8 anos e “alimentam” indústrias de MS com energia limpa

Resíduos da suinocultura, bovinocultura e até vinhaça se transformam em energia renovável.

Hosana de Lourdes DRT/MS 483


Na Adecoagro, bagaço da cana-de-açúcar vira biogás, biometano e adubo orgânico

A preocupação em produzir de forma sustentável e gerar menos impacto no meio ambiente é regra número um do setor produtivo em Mato Grosso do Sul. Com apoio da indústria e ações governamentais coordenadas e estruturantes, 88% da matriz energética no Estado é considerada renovável, acima da média nacional, que é de 83%, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

Por aqui, resíduos da suinocultura, bovinocultura e até vinhaça de cana-de-açúcar se transformam em energia verde que “alimenta” a produção e contribuem para que Mato Grosso do Sul se torne um território carbono neutro até 2030, antecipando em 20 anos a meta estabelecida no Acordo de Paris.

Exemplo disso é a unidade da JBS, em Campo Grande, que produz o biogás que alimenta as caldeiras a partir das “sobras” da própria planta industrial frigorífica, reduzindo em até 65% as emissões de dióxido de carbono (CO2) em suas operações.

O processo é feito da seguinte maneira: os biodigestores (sistemas que tratam a matéria orgânica) capturam o gás metano emitido pelas operações da companhia e transformam em biogás, combustível que vem ganhando cada vez mais espaço no contexto de conversão energética das indústrias para matriz de baixa emissão de carbono.  

O biogás resultante desse processo pode, então, ser usado em três frentes que seguem os princípios da economia circular: geração de vapor para as caldeiras das unidades (substituindo a biomassa), fonte de energia elétrica ou como combustível para a frota (substituindo a frota movida a diesel ou híbrida).

“Em linha com as ações de economia circular, os biodigestores vão reduzir as nossas emissões de metano e iniciar a produção de uma energia limpa e renovável. Esse projeto reforça a nossa visão de que o agronegócio faz parte da solução para endereçar os desafios da mudança climática que o mundo enfrenta”, pontua o diretor corporativo de Sustentabilidade da JBS Brasil, Maurício Bauer.

O investimento da companhia para implantação da usina de Campo Grande e de outras oito espalhadas pelo país foi de R$ 54 milhões - o maior do tipo em proteína animal do país - e está em consonância com a meta da empresa de reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa em sua cadeia de valor, reduzir as emissões diretas e indiretas e compensar a emissão residual. 

“Os nossos investimentos em biogás são uma clara demonstração da nossa ambição de sermos um agente de transformação para uma economia de baixo carbono, em linha com o nosso compromisso Net Zero”, destaca Bauer. Incentivos fazem Indústrias ampliarem uso da energia renovável

 

Na SF Agropecuária, dejetos suínos viram adubo e biogás  Crédito: divulgação (Semadesc)Se em 2015 havia apenas sete usinas de biogás em operação em Mato Grosso do Sul, hoje o número quintuplicou, passando para 35 unidades em funcionamento. Os dados são do Centro Internacional de Energias Renováveis e Biogás (CIBiogás), divulgados pela Semadesc, e demonstram que Política Estadual de Mudanças Climáticas e Plano Estadual MS Carbono Neutro (Proclima) não ficaram apenas no papel.

 

As políticas públicas criadas em torno dessa temática surgiram a partir da criação Lei Estadual 4.555/2014, aprovada pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), por proposição do deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB). Aproveitando os incentivos governamentais e tornando sua produção cada vez mais sustentável, outras indústrias resolveram transformar a matéria orgânica oriunda de sua produção em energia limpa.

É o caso da SF Agropecuária, de Brasilândia, que integra o Projeto Leitão Vida e utiliza dejetos suínos para adubar o solo e também produzir biogás e biometano. "Estamos com este sistema no caminho do Carbono Neutro. Nossa ideia é fazer a transformação do biogás em biometano pensando em sustentabilidade, ser amigo do meio ambiente. Temos que trabalhar sustentabilidade, economia e combustível limpo e renovável. O projeto é autosustentável e traz economia", destaca o suinocultor Fábio Barros. 

Para o secretário Jaime Verruck, iniciativas como essa mostram que Mato Grosso do Sul está no caminho certo. "O biometano produzido pela nova solução tem potencial para se tornar uma alternativa viável ao diesel e outros combustíveis fósseis. Além disso, a produção de biometano a partir de resíduos de suínos contribui para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, tornando a solução ecologicamente correta”, afirma.

Em MS, as “sobras” da cana-de-açúcar também viram energia verde

 

Unidade da JBS em Campo Grande transforma resíduos bovinos em biogás Crédito: (Mairinco de Pauda) SemadescE não são apenas os resíduos gerados na produção de bovinos e suínos que são transformados em energia renovável, em Mato Grosso do Sul. A vinhaça, resíduo pastoso e malcheiroso que sobra da destilação fracionada da cana-de-açúcar usada para obtenção do etanol, também é usada para produção de biogás e biometano.  

 

Instalada em Angélica e em Ivinhema, a Adecoagro é uma das principais empresas do ramo alimentício e energia renovável da América do Sul, com terras também na Argentina e Uruguai, e utiliza o biometano gerado em sua atividade industrial no abastecimento de parte da própria frota de caminhões canavieiros.  

Neste ano, a empresa produziu, em média, 6.600Nm3 (metros cúbicos normais/dia) de biometano, o equivalente a 6 mil litros de diesel por dia. A ideia é substituir os cerca de 50 milhões de litros de diesel usado em caminhões e maquinários por ano pelo biocombustível, tornando a companhia autossuficiente.  

Fazendo a roda da economia circular girar, a empresa também transforma o biogás gerado nas plantas de Angélica e Ivinhema em energia elétrica.  “Grande parte da energia gerada é consumida nas nossas instalações e o restante é vendido ao sistema nacional de distribuição de energia elétrica. A energia elétrica que fornecemos à rede estadual é suficiente para atender a demanda de 1.070.000 pessoas em Mato Grosso do Sul”, pontua a companhia em seu relatório de sustentabilidade.   

O bagaço da cana de açúcar dessas duas plantas também passa por um processo chamado concentração industrial que o transforma em fertilizante orgânico líquido, reconhecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.   

“Grande parte dos nossos canaviais recebe biofertilizantes líquidos, garantindo o aproveitamento correto e seguro da vinhaça concentrada no processo. Com este tipo de aplicações conseguimos reduzir a utilização de fertilizantes químicos, aumentar o carbono do solo, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e reduzir o odor”, informa o relatório.

 

#MatoGrossodoSul           #energia                      #Usinadebiogás                #sustentabilidade            #cidades

 





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