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21/10/2024 09h39
Tudodoms: Investigados no "golpe do pneu" são indiciados por associação criminosa
O proprietário, João Lopes de Freitas, ainda deve responder por difamação contra delegada que foi vítima
Por Lucia Morel
Dono, gerente e funcionários da loja Champions Pneus, da Avenida Eduardo Elias Zahran em Campo Grande foram indiciados pela Polícia Civil por associação criminosa, estelionato e apropriação indébita. O proprietário, João Lopes de Freitas, ainda deve responder por difamação. O grupo do chamado “golpe do pneu” foi denunciado em março deste ano.
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Conforme relatório do delegado Giulliano Carvalho Biacio, foram identificadas 16 ações judiciais propostas em desfavor das empresas Champions Pneus, Nascar e Master, todas do mesmo grupo; 11 reclamações no Reclame Aqui; e 18 boletins de ocorrência registrados por vítimas em desfavor das mesmas empresas.
Conforme o delegado, “diversos clientes, num curto período de tempo, foram lesados nas referidas empresas, através de mesmo modus operandi, revelando, portanto, se tratar de verdadeiro esquema criminoso que, por meio da ludibriação e coação, aplica golpes nos consumidores”.
“Em todos os casos, o cliente é atraído pelo preço baixo do serviço, no entanto, uma vez admitido o automóvel pela empresa, surgem diversos problemas não reclamados pelos consumidores e exigências de serviços não combinados anteriormente. Aliás, os clientes/consumidores sequer solicitaram "vistoria" no veículo conforme alegado pelos investigados que "aproveitam para que o cliente não precise retornar posteriormente e já apontam serviços que podem ser realizados no automóvel”.
O caso teve grande repercussão e a denunciante de março entrou na loja recebendo um primeiro orçamento de R$ 216,00 para troca de dois pneus e, ao sair, a conta havia chegado a R$ 6,8 mil por serviços que nem mesmo haviam sido liberados pela cliente.
Laudo da perícia no veículo em questão verificou inclusive “que a maior parte dos serviços cobrados na ordem de serviço de fls. 43 não foram realizados pela empresa, fato este que por si só configura o crime de estelionato, independente do dolo anterior quando do emprego do ardil visando a autorização (viciada) para a execução dos serviços”, cita o relatório de Biacio.
Dessa forma, Iglesias Wesley de Araújo (vendedor), Rodolfo Murilo Castilho (mecânico), Gabriel de Paula Regini (borracheiro e torneiro), Fabrício Roger Nunes Gomes (alinhador) e Roberto Cesar de Assis (gerente) foram indiciados por estelionato e associação criminosa; e João Lopes de Freitas também por difamação contra a delegada Joilce Silveira Ramos, que também foi vítima do golpe.
Roberto foi indiciado indiretamente porque se encontra em “local incerto e não sabido”. Conforme relatado pelos próprios funcionários da empresa, ele tratou diretamente com a vítima sobre o pagamento, mas ao perceber a movimentação policial, pediu demissão no dia seguinte aos fatos e não retornou para trabalhar. A suspeita é de que ele nem more mais em Campo Grande.
Caso - em 4 de março deste ano, João foi preso após confusão na loja com a cliente que denunciou o golpe. Na ocasião, a vítima relatou que havia deixado seu carro, um Ford Fiesta, na loja para trocar de pneus, mas mais tarde, o estabelecimento informou que, na verdade, precisaria cobrar muito mais da dona do veículo, que supostamente estava com duas rodas amassadas.
A mulher informou, ainda, que com o carro retido, foi constrangida a assinar documento sob o pretexto de evitar que o veículo fosse guinchado do local. Ela afirma que percebeu, logo depois, que na verdade se tratava de uma ordem de serviço e então acionou a polícia.
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