- mell280
12/11/2024 11h39
ÍNTEGRA DA PESQUISA "GOLPES COM PIX 2024" | Levantamento revela que a média de prejuízo das vítimas é de R$ 2.100,00
Conduzida pela empresa de proteção financeira digital Silverguard com dados do Banco Central (obtidos com a Lei de Acesso à Informação) e análises de 5 mil denúncias de vítimas na Central SOS Golpe - primeira plataforma de antifraude social do Brasil -, de janeiro a junho de 2024, a segunda edição do estudo Golpes com Pix foi lançada em 12 de novembro.
O estudo revela que a média de prejuízo das vítimas é de R$ 2.100,00. Com levantamento dos perfis dos golpistas e tipos de golpes por faixa etária e
classe social das vítimas, uma das novidades da edição 2024 é o Mapeamento do perfil dos golpistas digitais.
O Brasil registra uma nova configuração de crimes contra o patrimônio. De 2018 a 2023, houve uma queda dos roubos em ruas e um aumento acelerado dos estelionatos, especialmente os cometidos por meios eletrônicos, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2024). O contexto de digitalização das finanças favorece os criminosos: a cada 10 transações financeiras no país neste ano, nove foram feitas por canais digitais, sendo que 45% delas foram realizadas com Pix – que é um dos principais meios para aplicar golpes. Uma pesquisa recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública apontou que os brasileiros perderam R$ 25,5 bilhões em golpes com Pix e boletos falsos nos últimos 12 meses. Neste panorama de migração do crime, a Silverguard analisou milhares de denúncias de vítimas da Central SOS Golpe para realizar a segunda edição do estudo Golpes com Pix. Os dados serão divulgados em evento online, hoje, às 11 horas.
“O Pix não é o vilão, mas ajudou a acelerar o crescimento dos golpes digitais no Brasil. Em 2022, meu pai entrou para a estatística: se tornou uma das vítimas e perdeu R$ 15 mil. A criação da Silverguard foi inspirada pela dura jornada de tentar recuperar, sem sucesso, o dinheiro perdido. Com mais de 20 anos de experiência em tecnologia, reuni um time de especialistas e, com o suporte de investidores, criamos o SOS Golpe, a primeira plataforma de antifraude social do país, que ajuda e conecta vítimas ao sistema financeiro, encurtando a jornada da denúncia e aumentando as chances de recuperação do dinheiro perdido no golpe. Como parte do trabalho, decidimos conduzir uma pesquisa para entender as nuances do crime digital e poder, com base nesse conhecimento produzido, ajudar, ainda mais, brasileiros de todas as idades”, afirma Marcia Netto, fundadora da Silverguard.
Marcia Netto salienta que o desafio dos golpes com Pix é de toda a sociedade, ou seja, embora muitos coloquem apenas no cidadão a responsabilidade de prevenção, as empresas – não só bancos, como redes sociais e telefonia, por exemplo – precisam aceitar sua responsabilidade pelo que está acontecendo no país. "Para aplicar golpes, criminosos dependem de uma rede de serviços: registram URLs, contratam hospedagem de sites, anunciam nas redes sociais, utilizam operadoras de telefonia, compram links patrocinados e, também, abrem contas falsas ou laranjas em Instituições Financeiras. Prevenção de golpe não é só validar uma conta na sua abertura; uma maneira muito relevante de prevenir um golpe é bloquear uma conta usada por um golpista na primeira denúncia recebida, porém, como os times de fraude das instituições – sejam financeiras ou de tecnologia – têm receio de falsos positivos, acabam esperando atingir uma volumetria de golpes para analisar o caso e fazer o offboarding dessas contas, expondo milhares de vítimas a golpes que poderiam ter sido prevenidos", afirma.
O estudo Golpes com Pix revela que, entre a classe AB, as perdas são de R$ 6.300; na C, a cifra é de R$ 3.500; e na DE, R$ 1.500. A análise por idade indica que a perda de uma vítima de mais de 60 anos é quatro vezes maior que a de uma entre 18 e 24 anos. Entre os golpes analisados, 79% têm origem em plataformas da Meta, com o WhatsApp liderando, originando, 39% dos casos, seguido pelo Instagram (23%) e Facebook (18%). Os canais variam muito por idade: enquanto o WhatsApp foi o canal inicial de 69% das vítimas com 60 ou mais anos, o Instagram foi o maior canal inicial para vítimas menores de 18 anos. Em relação à renda, o Facebook é o canal inicial de golpes que apresenta a maior variabilidade, sendo 21% na classe DE e 6% na classe A. Noventa e sete por cento dos golpes com Pix são do tipo APP (authorised push payment fraud), em que o próprio usuário, iludido por uma história muito convincente, acaba transferindo dinheiro diretamente para o fraudador, ou seja, vítima de um golpe de engenharia social.