- mell280
05/12/2024 08h42
SBCO traz a verdade referente a 10 mitos comuns sobre câncer de pele
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, em alusão ao Dezembro Laranja, alerta que mensagens incorretas, quando disseminadas, podem interferir negativamente em como a população se previne contra o tipo mais comum de câncer no Brasil e no mundo. Além disso, os mitos podem retardar o diagnóstico e impactar no tratamento e reabilitação do paciente
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele é o mais comum no Brasil, com uma estimativa de 220.490 novos casos de câncer de pele não melanoma para 2024. Somados a eles, mais 8.980 novos casos anuais no país de melanoma, o tipo mais agressivo. Ainda, segundo os dados da base Cancer Tomorrow, da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer da Organização Mundial da Saúde (IARC/OMS) as mortes anuais por melanoma no Brasil vão saltar de 2,2 mil para 4 mil em 2040, um aumento de 80% no comparativo entre os dois anos.
Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele o principal é a exposição solar excessiva, especialmente entre 10h e 16h. A maioria dos casos ocorre em pessoas sem história familiar de câncer de pele, mas cerca de 10% dos casos estão relacionados com uma síndrome associada à herança familiar de mutação genética, conhecida como melanoma familial. Outros fatores de maior risco para desenvolvimento de câncer de pele são pele clara com muitas pintas ou sardas; uso de câmaras de bronzeamento, falta de uso de protetor solar e idade avançada (embora casos em jovens também sejam crescentes).
De acordo com o cirurgião oncológico e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), Rodrigo Nascimento Pinheiro, a cirurgia é o principal tratamento com intenção curativa para pacientes com câncer de pele. “Para a maioria dos casos, a cirurgia é bem efetiva, sobretudo quando a lesão apresenta bordas bem delimitadas. A cirurgia também pode ser utilizada em casos selecionados de tumores avançados e recorrentes”, explica.
Os sintomas mais comuns de câncer de pele incluem o surgimento de novas pintas ou alterações nas pintas previamente existentes, com bordas irregulares, cores variadas e aumento de tamanho. A identificação precoce e a remoção da lesão, diagnosticada precocemente, são ações fundamentais para o tratamento eficaz. Além disso, orientar sobre a prevenção primária (evitar que a doença ocorra) também é uma mensagem-chave para a campanha Dezembro Laranja. Pensando nisso, a SBCO elenca dez mitos e explica qual é a informação verdadeira. Confira:
MITO 1: Apenas quem se expõe muito ao sol pode ter câncer de pele
A VERDADE: Embora a exposição excessiva ao sol seja o principal fator de risco para desenvolvimento de câncer de pele, a doença pode ocorrer em qualquer pessoa, independentemente do nível de exposição solar. Em alguns casos, o indivíduo pode apresentar mutação genética associada a uma síndrome de maior predisposição para desenvolver a doença, como o melanoma familial. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença, sobretudo os de primeiro grau, devem se submeter a exames preventivos regularmente. Vale ressaltar que, nesses casos, a exposição sem proteção aos raios solares também pode acelerar, ainda mais, o processo de carcinogênese.
MITO 2: Câncer de pele só ocorre em pessoas com pele clara
A VERDADE: Embora pessoas com pele clara, olhos claros e cabelos ruivos ou loiros tenham maior risco, o câncer de pele pode afetar pessoas de todas as etnias. No Brasil, com sua grande diversidade étnica, o melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele, pode ser diagnosticado em qualquer tipo de pele, embora seja mais comum em pessoas de pele clara. Os negros apresentam menos risco de câncer de pele, mas, quando a doença ocorre (especialmente nas extremidades das mãos, região plantar e sob as unhas) o prognóstico costuma ser pior.
MITO 3: O câncer de pele é uma doença exclusivamente de idosos
A VERDADE: Embora a incidência de câncer de pele aumente com a idade, devido à exposição solar ao longo da vida, o melanoma tem sido diagnosticado com mais frequência em jovens adultos, especialmente entre aqueles que praticam atividades ao ar livre sem proteção adequada ao longo dos anos.
MITO 4: Câncer de pele é sempre visível e fácil de identificar
A VERDADE: Embora muitas formas de câncer de pele possam ser observadas por mudanças na aparência da pele, nem todos os casos apresentam sinais óbvios. O melanoma, por exemplo, pode se desenvolver em áreas do corpo que não são frequentemente expostas ao sol, como as palmas das mãos, plantas dos pés ou nas mucosas. A detecção precoce é essencial, o que torna os exames regulares com um dermatologista fundamentais.
MITO 5: Só o melanoma é perigoso
A VERDADE: Embora o melanoma seja o tipo mais agressivo e com maior taxa de mortalidade entre os cânceres de pele, outros tumores malignos cutâneos, como os não melanoma (carcinoma basocelular e espinocelular), também representam riscos significativos. O carcinoma basocelular é o mais comum e, embora raramente seja fatal, pode causar sérios danos locais se não tratado. Já o carcinoma espinocelular tem um potencial maior de metastatizar e pode ser fatal em casos avançados.
MITO 6: Usar protetor solar uma vez por dia é suficiente
A VERDADE: O protetor solar deve ser reaplicado a cada duas horas e sempre após nadar ou suar excessivamente. Além disso, a quantidade de protetor solar aplicada deve ser suficiente para cobrir todas as áreas expostas da pele. A exposição solar nos horários de pico (entre 10h e 16h) deve ser evitada, sempre que possível. Vale lembrar que mesmo na sombra, não estamos livres da radiação ultravioleta.
MITO 7: A dor é um sinal de câncer de pele
A VERDADE: A dor não é um sintoma comum do câncer de pele, especialmente no caso de melanomas iniciais. Muitas vezes, o câncer de pele pode se desenvolver sem dor, coceira ou qualquer outro sintoma. Mudanças na aparência da pele, como manchas novas ou alterações em pintas existentes, são sinais mais comuns.
MITO 8: O câncer de pele é fácil de tratar e não necessita de acompanhamento
A VERDADE: Quando há regularidade nas consultas de rotina, o mais provável é que a doença seja detectada em sua fase inicial, o que é traz um bom prognóstico. Isso porque, as chances de cura dependem de quando o câncer de pele é descoberto. Se for um não melanoma, a remoção do tumor costuma ser simples. No caso dos melanomas, o procedimento varia de acordo com a extensão da doença. Em geral, podem ser combinados outros tratamentos que incluem quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. Mesmo após o tratamento, o acompanhamento regular com um dermatologista é necessário para monitorar possíveis recidivas.
MITO 9: O diagnóstico inicial de câncer de pele é feito apenas por biópsia
A VERDADE: Embora a biópsia seja usada para confirmar o diagnóstico, o câncer de pele também pode ser detectado inicialmente por meio de outros exames, como a dermatoscopia, que é uma técnica não invasiva de avaliação da pele. Esse exame permite ao dermatologista observar estruturas da pele com maior detalhamento, facilitando o diagnóstico precoce.
MITO 10: Só cirurgias complexas são necessárias para tratar o câncer de pele
A VERDADE: Em muitos casos de câncer de pele, especialmente os não melanoma, o tratamento pode ser simples, envolvendo apenas a remoção da lesão cancerígena por meio de uma pequena cirurgia ou procedimento como a curetagem. O tratamento precoce é essencial para evitar complicações e aumentar as chances de cura.
Sobre a SBCO - Fundada em 31 de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção, detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro (2023-2025).