A recente decisão do ex-presidente Donald Trump de utilizar os bitcoins apreendidos pelos Estados Unidos como uma reserva estratégica marca um momento significativo para o mercado de criptomoedas. Este foi seu primeiro ato executivo desde seu retorno ao cargo, surpreendendo investidores e analistas que esperavam que ele anunciasse também a compra de novos bitcoins. Ainda assim, essa iniciativa reforça a importância do bitcoin como um ativo de valor e pode influenciar a política econômica global nos próximos anos.

A medida é ainda mais relevante quando se observa o comportamento de outros países em relação ao bitcoin. Muitas nações vêm se desfazendo de suas reservas da criptomoeda, enquanto os Estados Unidos decidiram manter e institucionalizar o ativo digital. Isso pode representar uma mudança de paradigma na forma como os governos encaram o bitcoin, deixando de vê-lo apenas como um instrumento especulativo e passando a considerá-lo um componente estratégico da economia.

Além da decisão federal, vários estados norte-americanos já estão discutindo a possibilidade de criar suas próprias reservas estratégicas de bitcoin. Esse debate amplia o alcance da criptomoeda, inserindo-a no cenário político e econômico dos Estados Unidos em diferentes esferas de governo. Caso essa tendência se concretize, poderemos ver um efeito dominó, incentivando outros países e grandes cidades a adotarem uma estratégia semelhante.

A adoção do bitcoin como reserva estratégica fortalece a visão de que ele pode ser comparado ao ouro digital. Assim como o ouro físico, ele serve como proteção contra a inflação e crises financeiras. No entanto, o bitcoin possui vantagens sobre o metal precioso, como maior facilidade de armazenamento e transferência, além de uma oferta limitada, o que aumenta seu potencial de valorização no longo prazo.

Atualmente, a oferta total de bitcoins é de apenas 21 milhões de unidades, e cerca de 95% deles já foram minerados, segundo dados do site CoinMarketCap. Isso significa que a emissão de novos bitcoins será cada vez menor, tornando o ativo progressivamente mais escasso. Com a crescente demanda por parte de investidores institucionais e governos, é provável que o bitcoin alcance níveis de escassez sem precedentes, impulsionando sua valorização.

Segundo um relatório da empresa de análise Glassnode, aproximadamente 70% dos bitcoins existentes estão armazenados em carteiras de longo prazo, o que reforça a ideia de que muitos investidores já encaram a criptomoeda como uma reserva de valor, semelhante ao ouro. Esse comportamento tende a se intensificar à medida que mais países e instituições adotam o bitcoin como um ativo estratégico.

O impacto dessa decisão nos mercados financeiros ainda está se desenhando, mas especialistas apontam que a medida pode fortalecer a posição dos Estados Unidos no cenário das criptomoedas. Com o país mantendo uma reserva estratégica de bitcoin, pode haver um aumento na confiança dos investidores, levando a um crescimento na adoção institucional da moeda digital.

Além disso, a inclusão do bitcoin nas reservas estratégicas pode levar a mudanças regulatórias, facilitando a adoção de criptomoedas por bancos e instituições financeiras. Isso pode impulsionar a criação de novas políticas para integrar o bitcoin ao sistema financeiro tradicional, tornando-o um ativo ainda mais consolidado ao lado do ouro e de moedas fiduciárias como o dólar e o euro.

A decisão de Trump de utilizar bitcoins apreendidos como reserva estratégica pode marcar o início de uma transformação no cenário financeiro global. Com países e estados começando a discutir essa possibilidade, a adoção institucional do ativo ganha força, impulsionando sua escassez e valorização. A estratégia de Trump e seus efeitos globais já despertam atenção, influenciando governos e investidores a reconsiderarem o papel do bitcoin na economia. Se essa tendência continuar, podemos estar diante de uma nova era na forma como as nações gerenciam suas reservas e protegem seu patrimônio.

*Rodrigo Miranda é treinador comportamental e especialista em mindset financeiro, em trading de criptomoedas e criador da Universidade do Bitcoin, a UniBtc, com mais de 15 mil alunos. Formado em Administração de Empresas com pós-graduação em Pedagogia Empresarial, atingiu a liberdade financeira através do mercado cripto há anos, ensina e faz análises diariamente em lives no YouTube