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Políticas de Trump, juros e commodities: os fatores que movimentaram o câmbio em março


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01/04/2025 04h07

Políticas de Trump, juros e commodities: os fatores que movimentaram o câmbio em março

Mariana Cruz - Jornalista responsável


Por Lucas Tavares, especialista em câmbio na WIT Exchange

Lucas Tavares, especialista em câmbio na WIT Exchange - Créditos: Divulgação

  • Como foi o comportamento do câmbio ao longo de março? Quais fatores foram os principais impulsionadores dessa movimentação?

Tivemos mais um mês marcado por alta volatilidade. Logo na primeira semana, o dólar sofreu um movimento de desvalorização motivado, principalmente, pelas políticas comerciais do Presidente Donald Trump, ou como tem sido chamado pelo mercado, o “Tarifaço”, assunto que tem sido presente desde os primeiros dias do seu segundo mandato. O mercado voltou a subir com temor sobre uma possível recessão nos EUA, impactando negativamente as moedas de países emergentes  que são consideradas mais vulneráveis em períodos de crise, mas novamente teve uma queda acentuada, atingindo o menor patamar desde outubro de 2024, após bons indicadores do governo brasileiro e a decisão dos juros no Brasil e EUA. Ao final do mês, vem subindo novamente e ficando entre 5,70 e 5,75, com temor sobre inflação no Brasil e tarifas nos EUA. 

  • No cenário externo, tivemos a continuidade do novo mandato de Donald Trump nos EUA. De que forma as políticas econômicas e comerciais americanas impactaram o dólar e, consequentemente, o real? 

As ações de Trump visam proteger a indústria americana, e, consequentemente, fortalecer o dólar e a economia dos EUA. Acontece que, na prática, desde que o Trump assumiu, o dólar perdeu valor em relação a maioria das moedas de países emergentes. Dado o cenário de inflação e alta de juros que a economia dos EUA se encontra, em diversos momentos o Trump precisou voltar atrás sobre a imposição de tarifas. Essa incerteza contribui para a volatilidade nos mercados e reduz a confiança dos investidores na política econômica dos EUA. Como resultado, em vez de fortalecer o dólar, a incerteza gerada pelas medidas protecionistas e seus recuos sucessivos levaram a uma menor atratividade da moeda americana, impulsionando a valorização de divisas emergentes

  • Como as decisões do Banco Central e da Super Quarta influenciaram o mercado cambial?

As decisões já estavam precificadas pelo mercado. Tanto no Brasil quanto nos EUA, as decisões de juros ficaram em linha com a expectativa do mercado. Fato é que os juros mais altos no Brasil se tornam um diferencial entre os seus pares e pode ocasionar em mais investimento estrangeiro, e assim fortalecer a moeda brasileira frente o dólar. 

  • O dólar turismo também apresentou variações significativas? Como isso impactou o planejamento de viagens e compras no exterior?

Sim, o dólar turismo acompanha as oscilações do dólar comercial, apresentando variações significativas. Isso impacta diretamente o custo de viagens e compras no exterior, tornando-as mais caras em períodos de alta do dólar, ou mais baratas em períodos de baixa do dólar. 

  • Há expectativa de continuidade da volatilidade no câmbio? Quais eventos no Brasil e no mundo podem influenciar a moeda nos próximos meses?

Sim, o câmbio no Brasil sempre é muito volátil. Temos que continuar de olho nas políticas comerciais do Donald Trump, pois todo mês tem impactado no mercado. Além dos dados de inflação no Brasil e EUA, as decisões de taxas de juros e indicadores econômicos globais. 

  • Como o comportamento das commodities (petróleo, minério de ferro, soja, etc.) impactou o câmbio?

O preço do petróleo tem se valorizado em março de 2025 e isso contribui para a valorização do real, com o aumento das receitas com exportação. Por outro lado, a queda nos preços do minério de ferro e da soja vai na direção contrária, criando um cabo de guerra no câmbio. No fim das contas, o impacto real depende do peso de cada uma dessas commodities na balança comercial. 

  • O que é a Declaração de Investimento Estrangeiro Direto (IED) e qual sua importância para empresas com participação estrangeira? Quais empresas são obrigadas a apresentar essa declaração ao Banco Central?

Toda empresa que recebe um aporte de um investidor estrangeiro, seja ele pessoa física ou jurídica, tem sua operação de câmbio registrada como IED (Investimento Direto Estrangeiro). Quando essa operação é igual ou superior a 100 mil dólares, é necessário realizar uma prestação de informação ao Banco Central, com fins estatísticos. Há também a declaração anual com vencimento em 31 de março, que é obrigatória para empresas com ativos totais iguais ou superiores a 100 milhões de Reais.

Sobre a WIT - Wealth, Investments & Trust

A WIT - Wealth, Investments & Trust - é assessoria, planejamento e execução para cuidar do patrimônio de pessoas, grupos familiares e empresas, de forma integral e sincronizada, apoiada por uma sofisticada estrutura de especialistas e de empresas que atuam de forma independente, porém complementar.

O multi family office atua nas áreas de assessoria de investimentos; fundos exclusivos; câmbio e remessas internacionais; serviços financeiros (principais linhas de crédito) e emissão de dívidas em mercado de capitais; seguros e benefícios; ativos imobiliários e consultoria patrimonial. Atualmente, a empresa está presente em nas capitais de São Paulo e Paraná, em Curitiba, e em cidades do interior paulista: Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, Araçatuba, Votuporanga, Jundiaí e Itu.

Site: https://www.wit.com.br/

Redes Sociais: https://www.instagram.com/wit.wealth

 

 







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