- mell280
01/04/2025 04h48
Após dois meses consecutivos de queda, faturamento das PMEs permanece estável em fevereiro
Com avanço de apenas 0,3% do setor no período, IODE-PMEs indica um contexto econômico desafiador no curto prazo; comércio segue em crescimento
O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) aponta que o faturamento das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras manteve estabilidade em fevereiro, com expansão de apenas 0,3% (YoY), após dois meses consecutivos de queda (-1,5% em janeiro/25 e -0,9% em dezembro/24). No primeiro bimestre de 2025, o índice acumula uma leve retração de 0,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, evidenciando uma perda de fôlego do segmento, em comparação aos resultados registrados até o terceiro trimestre de 2024.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 736 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, responsável pelo índice, explica que a queda do consumo acompanha a perda de fôlego das PMEs apontada pelo IODE-PMEs, especialmente no segmento de Serviços. Esse movimento, observado desde o final de 2024, está em linha com os dados do IBGE sobre o PIB no quarto trimestre, que cresceu abaixo das expectativas e desacelerou em relação ao terceiro trimestre, com destaque negativo para o recuo do consumo das famílias.
“O desafiador cenário macroeconômico – marcado por maiores pressões inflacionárias e juros elevados – impacta as PMEs e, naturalmente, a economia doméstica como um todo. Um dado que reforça esse panorama de dificuldades para a evolução do consumo das famílias é a queda expressiva da confiança dos consumidores nos últimos meses, conforme apontado pela Sondagem do Consumidor da FGV-IBRE. Esse declínio reflete, sobretudo, a piora na percepção financeira futura dos agentes econômicos”, comenta o economista.
O Comércio continua sendo o principal destaque positivo dos pequenos e médios negócios. Em fevereiro de 2025, o segmento registrou um avanço de 13,1% no faturamento real em relação ao mesmo período do ano anterior. Assim como nos últimos meses, o atacado segue como o responsável pelo impulso, especialmente em atividades como ‘comércio atacadista de joias, relógios e bijuterias’, ‘comércio atacadista de equipamentos elétricos de uso pessoal e doméstico’ e ‘comércio atacadista de resíduos de papel e papelão’.
Por outro lado, o varejo apresentou um crescimento mais modesto em fevereiro de 2025 (+1,2% YoY), revertendo parte das perdas acumuladas nos dois meses anteriores. O segmento foi aquecido por ‘comércio varejista de artigos de viagem’, ‘comércio varejista de equipamentos para escritório’ e ‘comércio varejista de livros’.
O índice mostra que Infraestrutura também se sobressai, com alta de 2,1% em comparação com fevereiro de 2024. O resultado foi impulsionado pelas atividades de ‘água, esgoto, gestão de resíduos e descontaminação’ e ‘serviços especializados para construção’. “No entanto, o cenário de juros elevados e a queda da confiança já impactam negativamente alguns segmentos da construção civil, especialmente ‘obras de infraestrutura’ (-4,1% YoY) e ‘construção de edifícios’ (-11,0% YoY)”, completa Beraldi.
O setor de Serviços, fundamental para o mercado de PMEs segundo o economista, apresentou um modesto progresso de 0,6% em fevereiro de 2025 na comparação anual, após dois meses consecutivos de queda nessa base de comparação. A expansão foi viabilizada por ‘‘informação e comunicação " e ‘transporte e armazenagem’. Atividades essenciais, como ‘alimentação’ e ‘educação’, ainda apresentaram movimentação financeira abaixo do esperado.
Já a Indústria registrou nova retração em fevereiro de 2025, com queda de 7% na comparação anual, marcando o quarto recuo consecutivo nessa base de comparação. Entre os 23 subsegmentos da indústria de transformação monitorados pelo IODE-PMEs, 12 apresentaram redução no faturamento real no mês, principalmente, ‘fabricação de produtos alimentícios’ e ‘fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos’. Por outro lado, alguns segmentos mostraram ascensão: ‘confecção de artigos do vestuário e acessórios’, ‘fabricação de papel e produtos de papel’ e ‘impressão e reprodução de gravações’.
Os resultados recentes apontados pelo índice reforçam a percepção de que 2025 tende a ser um ano desafiador para a atividade econômica doméstica, especialmente para as pequenas e médias empresas, que dependem do cenário de crédito e da evolução do consumo das famílias. Ainda assim, a performance observada em diversas atividades no último mês sugere que, apesar do ambiente macroeconômico adverso, as PMEs não devem ser completamente comprometidas. “O avanço apenas deve ocorrer de forma mais moderada e alinhada ao ritmo da economia como um todo. Para o PIB brasileiro em 2025, a mediana das expectativas do mercado aponta para uma evolução de 2%, segundo o Relatório Focus do Banco Central do Brasil”, explica Beraldi.
Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)
Compreendendo a relevância das PMEs no desempenho econômico do nosso país, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é um tipo de apuração inédita entre as empresas do segmento, atuando como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente do mercado de PMEs no Brasil. Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 170 mil clientes*, cobrindo 701 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.
Sobre a Omie
Fundada em 2013 por Marcelo Lombardo e Rafael Olmos, a Omie tem o propósito de destravar o crescimento de todos os tipos de negócios, oferecendo um sistema de gestão inovador, completo e ilimitado, ancorada em quatro grandes pilares: Gestão, por meio do software; Educação, por meio da Omie.Academy; Finanças, por meio das funcionalidades de um banco digital e serviços financeiros; e Comunidade, por meio de um ecossistema que conecta clientes, fornecedores e prestadores de serviços. Líder do segmento, a empresa conta com mais de 22 mil escritórios contábeis parceiros, mais de 170 mil clientes, aproximadamente 1.600 colaboradores e mais de 130 unidades de franquias no país.
Acesse nosso site, Instagram, LinkedIn, Facebook e TikTok.