- mell280
25/04/2025 04h09
Após estabilidade em fevereiro, faturamento das PMEs volta a recuar 2,4% em março
Enquanto os setores de Indústria e Infraestrutura seguem em queda na comparação anual, Comércio e Serviços mantém desempenho positivo
O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) aponta recuo no faturamento médio das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras em março de 2025 (-2,4% YoY), após estabilidade (+0,3% YoY) em fevereiro deste ano. Com isso, o primeiro trimestre encerrou com queda de 1,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, resultado mais fraco do mercado de PMEs desde o último trimestre de 2021.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 736 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
Para Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, responsável pelo índice, “a queda do IODE-PMEs no período ocorreu em um momento macroeconômico desafiador, com maiores pressões inflacionárias, subida das taxas de juros pelo Banco Central do Brasil e, especialmente, significativa deterioração das expectativas dos agentes econômicos”. O economista explica que o choque de confiança na economia ocorre tanto em virtude de incertezas domésticas com a condução da política econômica, quanto pelo aumento dos riscos na economia global, com o debate em torno do aumento de tarifas comerciais nos Estados Unidos sob o governo Trump.
Indicadores de confiança atualizados recentemente sinalizam uma piora de expectativas na evolução da economia nos últimos meses, como a Sondagem do Consumidor da FGV-IBRE. Segundo o levantamento, houve queda da confiança do consumidor entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, com o indicador permanecendo no campo pessimista em março deste ano, apesar de uma alta modesta observada no mês. “O quadro reflete a deterioração da situação financeira e expectativas das famílias, no contexto de subida de juros e aceleração da inflação de alimentos”, avalia Beraldi.
Na mesma direção, a Sondagem Omie das Pequenas Empresas, realizada entre fevereiro e março de 2025, reforça esse panorama de deterioração das expectativas dos pequenos empreendedores em relação ao ambiente econômico doméstico. O levantamento mostra que os empresários estão mais pessimistas, com 51% sinalizando perspectiva de piora da economia, número maior do que os 39% da sondagem realizada em setembro de 2024.
Comércio lidera os setores
O Comércio continua sendo o principal destaque positivo no mercado de PMEs, mesmo que em desaceleração. Em março de 2025, as empresas do segmento registraram um avanço de 2,9% no faturamento real em relação ao mesmo período do ano anterior, após +13,1% YoY em fevereiro. O setor segue impulsionado pelo crescimento do atacado (+4,3% YoY), especialmente em atividades como ‘representantes comerciais e agentes do comércio de medicamentos, cosméticos e produtos de perfumaria’, ‘comércio atacadista de equipamentos elétricos de uso pessoal e doméstico’ e ‘comércio atacadista de bebidas’.
Já o varejo voltou a apresentar retração no mês (-3,0% YoY), após modesto crescimento em fevereiro (+1,2% YoY). Apesar do resultado negativo, há segmentos que mantêm crescimento, tais como: ‘comércio varejista de medicamentos veterinários’, ‘comércio varejista de equipamentos para escritório’ e ‘comércio varejista de alimentos’.
Outro setor de destaque foi Serviços, no qual as PMEs registraram um crescimento de 1,5% em comparação com março de 2024. O resultado foi impulsionado pelas atividades de ‘informação e comunicação’, ‘artes, cultura, esporte e recreação’ e ‘atividades financeiras’. No entanto, é importante destacar o desempenho ainda fraco em importantes segmentos, como ‘educação’ e ‘serviços profissionais e técnicos’.
As PMEs Industriais também registraram nova retração em março de 2025, com queda de 7% na comparação anual, marcando o quinto recuo consecutivo. Entre os 23 subsegmentos da indústria de transformação monitorados pelo IODE-PMEs, 16 apresentaram redução no faturamento, com destaque negativo para as atividades de ‘metalurgia’ e ‘fabricação de móveis’. Entretanto, alguns segmentos mostraram crescimento no período, especialmente ‘fabricação de produtos de metal’ e ‘fabricação de produtos químicos’.
Por fim, o IODE-PMEs também indica recuo do setor de Infraestrutura, em que as PMEs registraram queda de 5% no faturamento médio real em março. O contexto de juros elevados e a queda da confiança já impactam negativamente alguns segmentos da cadeia da construção civil, especialmente ‘construção de edifícios’ (-29,7% YoY) e ‘serviços especializados para construção’ (-14,4% YoY).
“Mesmo com grandes desafios macroeconômicos no radar, o cenário básico para a economia brasileira não sugere uma interrupção total do crescimento. O principal fator que sustenta essa perspectiva é a continuidade no crescimento da renda das famílias brasileiras, em grande parte devido ao avanço dos rendimentos reais do trabalho nos últimos meses”, afirma Beraldi. No acumulado dos 12 meses até fevereiro de 2025, o rendimento médio real do trabalho no Brasil registrou um crescimento de 4,4%, mantendo-se em níveis muito superiores ao período pré-pandemia (+7,8% em fevereiro de 2025 comparado à média de 2019).
Sobre o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs)
Compreendendo a relevância das PMEs no desempenho econômico do nosso país, a Omie desenvolveu o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs), que acompanha as atividades econômicas das pequenas e médias empresas brasileiras. A pesquisa da scale-up Omie é um tipo de apuração inédita entre as empresas do segmento, atuando como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, além de oferecer uma análise segmentada setorialmente do mercado de PMEs no Brasil. Para elaborar os índices, a Omie analisa dados agregados e anonimizados de movimentações financeiras de contas a receber de mais de 170 mil clientes*, cobrindo 701 CNAEs (de 1.332 subclasses existentes) – considerando filtros de representatividade estatística. Os dados são deflacionados com base nas aberturas do IGP-M (FGV), tendo como base o índice vigente no último mês de análise, com o objetivo de expurgar o efeito meramente inflacionário na série temporal, permitindo que se observe a evolução das movimentações financeiras em termos reais.
Sobre a Omie
Fundada em 2013 por Marcelo Lombardo e Rafael Olmos, a Omie tem o propósito de destravar o crescimento de todos os tipos de negócios, oferecendo um sistema de gestão inovador, completo e ilimitado, ancorada em quatro grandes pilares: Gestão, por meio do software; Educação, por meio da Omie.Academy; Finanças, por meio das funcionalidades de um banco digital e serviços financeiros; e Comunidade, por meio de um ecossistema que conecta clientes, fornecedores e prestadores de serviços. Líder do segmento, a empresa conta com mais de 22 mil escritórios contábeis parceiros, mais de 170 mil clientes, aproximadamente 1.600 colaboradores e mais de 130 unidades de franquias no país.
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