Os setores de roupas esportivas e beachwear apontam para um momento de crescimento após o período desafiador pós-pandemia. O primeiro estima a expansão de 14,9% até 2029, conforme levantamento da Euromonitor International. Já o segundo prevê aumento de 6,3% na taxa composta anual entre 2021 e 2026, de acordo com estudo divulgado pelo Research and Markets.

A projeção para o segmento de vestuário fitness é superior à das categorias tradicionais, como moda feminina (3,7%), masculina (3,9%), calçados (5,9%) e roupas de inverno (4,2%). O fenômeno reflete uma mudança comportamental consolidada após a pandemia de Covid-19: o aumento da preocupação com saúde e bem-estar combinado com códigos de vestimenta mais flexíveis em ambientes profissionais. 

O novo cenário impulsiona a procura por peças versáteis, como demonstra a demanda das consumidoras por comprar calças legging online, reflexo da tendência athleisure, como é chamada a fusão entre roupas atléticas e casuais.

Depois de um 2020, ano marcado pela limitação na ocupação de espaços ao ar livre, bem como o fechamento de piscinas e clubes, o que afetou diretamente o consumo de moda beachwear, o setor começa a recuperar fôlego. 

A retomada não se dá apenas em volume de vendas com o aumento do consumo de maiôs para praia, biquínis, saídas de praia e outras peças, mas também por uma renovação nas estratégias de design, com atenção redobrada ao conforto dos tecidos e às tendências emergentes.

O Brasil, com sua extensa costa e clima favorável na maior parte do ano, é também reconhecido por um mercado robusto de moda praia. Segundo levantamento do IEMI - Inteligência de Mercado, o país conta com 973 indústrias no setor, responsáveis por empregar mais de 43,1 mil pessoas que trabalham na produção de 215,1 milhões de peças anualmente.

De acordo com dados divulgados pelo IEMI - Inteligência de Mercado, o varejo especializado continua sendo o principal meio de vendas, respondendo por 70,8% da distribuição dos artigos de moda praia. Já o comércio atacadista, somado ao varejo não especializado, representa 9,8% do volume comercializado. O e-commerce apresenta trajetória consistente de crescimento: saltou de 1% em 2018 para 1,9% em 2022.

Mercados emergentes como vetores de crescimento

Regiões como Sudeste Asiático, América Latina, Oriente Médio e África representam oportunidades, segundo a Central do Varejo, impulsionadas pelo desenvolvimento econômico e aumento no poder de compra dos consumidores locais.

A região Ásia-Pacífico deverá responder por 33% do crescimento global nas vendas de vestuário e calçados entre 2024 e 2029. Na China, o aumento da prática de esportes aquáticos tem impulsionado a demanda por produtos de natação, como aponta a FashionNetwork Brasil.