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All inclusive que nada, agora o povo quer viajar para suar a camisa


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  • mell280

26/06/2025 09h35

All inclusive que nada, agora o povo quer viajar para suar a camisa

Galera troca comidas e bebidas pelo turismo da corrida onde objetivo é viajar para mostrar saúde

Por Natália Olliver


 Enquanto alguns dariam tudo por dias de folga com as pernas para o alto e comida à vontade, há uma turminha que prefere trocar resorts e hotéis por suor e esforço, terminando uma corrida pingando, literalmente. Esbanjar “saúde” virou o novo “luxo”, ao menos nas redes sociais. Cada vez mais pessoas estão apostando no que chamam de “turismo esportivo”, uma tendência que transforma corridas, trilhas e maratonas no principal destino das férias. Nada de all-inclusive: a moda agora é a “runcation”, ou seja, férias para correr.

 
 
Ely Magalhães, de 48 anos, é uma dessas pessoas. Apaixonada por corrida e por viagem, ela resolveu juntar as duas paixões e hoje só viaja se for para participar de provas. “Virou uma febre, mas uma febre boa”, brinca.
 
 
 
 
 
 
Tudo começou em 2014, quando ela percebeu que precisava desacelerar e encontrou na corrida uma forma de se reencontrar. De poucos minutos na esteira, passou para treinos na rua e, aos poucos, foi ganhando distância, fôlego e vontade de ir mais longe.
 
All inclusive que nada, agora o povo quer viajar para suar a camisa
 
Ely Magalhães percorre os estados do Brasil e destinos internacionais para suar com corrida (Foto: Arquivo pessoal)
“Gostava de correr na esteira tipo 15 min, então comecei a caminhar na rua e vi muitas pessoas correndo. Isso em 2014, aí comecei a dar meus primeiros metros. Foi uma nostalgia incrível quando fiz meu primeiro 3,5 km, lembro até hoje desse dia. Me apaixonei pela corrida, correr é vida.”
 
 
Logo ela achou um grupo de corrida no Facebook e, desde então, foram várias provas, inclusive internacionais. Em 2017 ela correu sua primeira meia maratona em Santiago, no Chile, e em 2019 realizou um sonho antigo de completar a maratona de Paris.
 
“Vieram muitos amigos, inclusive descobri que viajavam para correr e eu, apaixonada que sou por viagem, juntei tudo no pacote. Hoje, após 11 anos de incontáveis corridas pelo Brasil, estou treinando para a segunda maratona e finalizando meu projeto: ‘Correndo 21k pelo Brasil’. Faltam apenas quatro estados. É um ‘combo runnístico’. Hoje vejo muitas pessoas iniciando e vivendo essa experiência que a corrida nos traz. Saúde, esporte, lazer e turismo.”
 
A paixão pelas pistas foi tão longe que virou até negócio. Em 2019 ela criou um MEI e começou a vender viseiras esportivas pelo Instagram. Hoje oferece uma linha completa de acessórios para corredores e participa da entrega de kits.
 
All inclusive que nada, agora o povo quer viajar para suar a camisa
Aos 62 anos, Aurea Luzia também corre em trilhas (Foto: Arquivo pessoal)
A experiência da Ely se repete em outros corpos e histórias. Áurea Luzia Benítez Horta, de 62 anos, corre desde a juventude, mas intensificou a prática nos últimos três anos, com o apoio de uma assessoria esportiva. Aposentada, ela deixou o handebol e o basquete do passado para focar na corrida de rua e nas trilhas. E, claro, em viajar.
 
“Só viajo para lugares que têm corrida. Viajo pra correr e corro pra viajar”, brinca. Ela acaba de voltar da Maratona do Rio, uma das maiores do Brasil. Por lá ela ia correr os tradicionais 21 km, mas mudou para os 10 km por conta de uma lesão. Mesmo assim, ela conta que foi incrível.
 
“Fazia corrida e ciclismo, e agora somente corrida de rua e trail run (corrida em trilhas). A corrida me faz feliz, saudável, conhecer vários lugares. Conheci os grupos de corridas e me apaixonei mais.”
 
Segundo ela, o público da Maratona do Rio era composto 80% por pessoas de fora do estado.
 
“Conheço muita gente, mas muitos atletas mesmo, e todo ano aumenta mais o número de amantes da corrida. Em Campo Grande tem vários grupos de corrida e todos viajam muito para correr. Já viajei para vários lugares para fazer prova de trilhas. Cada corrida que vamos tem mais gente no meu percurso. A gente encontra o pessoal em muitas corridas, principalmente de trilha e montanha. A pessoa vai fazer turismo.”
 
De acordo com a corredora, esse esporte tem o poder de unir pessoas. “Você convida gente para correr na sua cidade e também conhece o Brasil inteiro pelas corridas. Em Campo Grande tem vários grupos e todos viajam muito para isso. As pessoas já entenderam que o esporte salva vidas.”
 
Outro exemplo é Sueli de Sá, de 57 anos. Mãe de dois filhos adultos, ela começou a correr há dez anos, depois de ser diagnosticada com uma doença autoimune. “Foi pela saúde e virou paixão”, diz.
 
Hoje, mesmo sem trabalhar fora, ela enche a agenda com provas, especialmente no Rio de Janeiro. Já correu também em Bonito, Dourados e tem viagem marcada para Foz do Iguaçu em outubro. “Nosso sonho agora é uma corrida internacional. Onde dá, eu vou.”
 
 




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