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Por que o Brasil pode se tornar uma potência em turismo náutico global? Conheça a "fórmula do sucesso"


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  • mell280

09/08/2025 08h36

Por que o Brasil pode se tornar uma potência em turismo náutico global? Conheça a "fórmula do sucesso"

Bianca Luca


Navegar em uma lancha deixou de ser realidade para poucos. O lazer náutico tem se popularizado no mundo todo e, principalmente, na era "pós-COVID", vem se tornando símbolo de bem-estar e de um estilo de vida que, em lugares privilegiados como o Brasil, com clima apropriado o ano todo e belezas incomparáveis, se estende por todas as estações. No entanto, enquanto os EUA vendem mais de 230 mil embarcações de lazer por ano, o mercado brasileiro não chega a comercializar 2% desse montante. Porém, iniciativas privadas e públicas começam a revelar o "gigante escondido" graças à excelência industrial, a novas e modernas marinas e a incentivos públicos e privados para impulsionar a cultura da navegação no Brasil.

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Agosto, 2025 — A navegação de lazer atravessa uma crescente popularização global especialmente enraizada na cultura de países como os Estados Unidos e na Europa, mas ainda é um universo jovem e em expansão no Brasil, diante do seu imenso potencial. Nos comparativos, a diferença é gritante. Enquanto os EUA vendem mais de 230 mil embarcações de lazer por ano — dado da National Marine Manufacturers Association (NMMA) de 2024 — o mercado brasileiro, segundo estimativas da associação náutica Acobar, não chega a comercializar 2% desse montante, apesar de todo o potencial. 

Mas por trás desses números modestos, o Brasil esconde um gigante em potencial. A começar pela indústria náutica brasileira, com padrão que já atingiu níveis altos de excelência e o sucesso de marcas “Made in Brazil” no cenário global. Aliás, muitos dos fabricantes têm parte relevante de sua produção destinada ao exterior. Mesmo sendo um segmento jovem, contribuindo apenas 0,15% do PIB nacional, segundo dados da Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar), essa indústria já é responsável pela geração de mais de 150 mil empregos, já que diferente de outros setores, como o automotivo, se trata de uma produção focada no artesanal, ou seja, no humano.

Agora, imagine o impacto social e econômico se esse percentual representasse 2,3% de participação no PIB, assim como acontece nos EUA? Embora esta seja uma conta simbólica e estimada, que desconsidera diversos fatores complexos do mercado, a projeção indica um potencial de gerar, no mínimo, de forma bem modesta, mais de 1 milhão de empregos. 

A fórmula para o sucesso está “dentro de casa”

"O Brasil tem um potencial imenso para se tornar o número um na náutica mundial", afirma, de forma convicta, Carlos Gayoso de Oliveira, diretor da Marina Itajaí. Para ele, o segredo do sucesso está na união estratégica entre o setor público e a iniciativa privada, o que já foi comprovado na cidade catarinense de Itajaí, que se transformou em um polo náutico e vem se aperfeiçoando há quase duas décadas. 

O caso da cidade, no litoral norte de Santa Catarina, é um estudo importante sobre como transformar uma região (ou um país) e impulsionar uma cadeia produtiva inteira, como vem acontecendo no município. Há mais de 15 anos, o Governo de Santa Catarina e a cidade estabeleceram políticas de incentivos fiscais com o pensamento de “baixar impostos para lucrar (e muito)”  com os impactos econômicos ao fortalecer a indústria e atrair novos nomes e investimentos da náutica. Essa estratégia não só contribuiu com estaleiros nacionais mas recebeu marcas que estão entre as maiores do mundo, como a filial produtiva da italiana Azimut Yachts. Além disso, gerou novos investimentos, estimulou o turismo, postos de trabalho e uma ampla cadeia de produtos e serviços.

O desenvolvimento foi bem além da produção. A cidade investiu em infraestrutura turística e na atração de grandes eventos náuticos, que colocaram Itajaí no mapa internacional. Outro ponto de virada foi a concessão da operação da Marina Itajaí à iniciativa privada por meio do incentivo do Porto e do Município. A gestão profissional e estratégica transformou a marina em uma referência, atraindo embarcações de vários tamanhos e cantos do planeta, já que o local oferece serviços de ponta, uma baía protegida e virou um catalisador para o ecossistema náutico da região com inovações anuais. Um exemplo é a consolidação do Marina Itajaí Boat Show que se tornou um dos maiores eventos náuticos do país. Novidades constantes na marina também refletem em vários outros setores além do turismo, como no mercado imobiliário. Nesse caso, a náutica contribuiu para que a cidade saltasse em valorização e hoje é uma das top 5 no metro quadrado brasileiro, segundo FipeZap. 

Essa combinação de produção industrial de ponta, infraestrutura de excelência e eventos de grande visibilidade, incluindo os internacionais como a etapa da maior regata oceânica do mundo, a The Ocean Race (que também acontece em Itajaí), aliada à estímulos governamentais, criou um ciclo virtuoso. “O Brasil, com sua costa incomparável e clima favorável o ano todo, tem todos os ingredientes para ver seu mercado náutico dar saltos gigantes. O modelo de Itajaí, que hoje também é o maior PIB do estado, e detém mais de 35% da produção de barcos de lazer do país, mostra que, com planejamento e colaboração, é possível transformar de forma muito positiva e colocar o Brasil no topo da navegação mundial”, destaca Gayoso. 

Para se ter uma ideia, apenas as atividades recreativas de navegação e pesca nos Estados Unidos geram cerca de US$ 36,8 bilhões em valor agregado ao país, segundo dados do Bureau de Análises Econômicas. E se abranger a indústria náutica de lazer norte-americana o impacto anual é em torno de US$ 230 bilhões conforme números da associação náutica dos EUA (NMMA). A frota registrada de embarcações de lazer por lá é de mais de 11.5 milhões de unidades, mais de 10 vezes da frota brasileira. Para Carlos Gayoso, esse comparativo é apenas um dos inúmeros indicativos de onde o Brasil pode chegar. 

“Hoje, com as facilidades de compra como consórcios, financiamentos, cotas e aluguel além da variedade de tipos de barcos apresentados pela indústria e avanços tecnológicos contribuíram para popularizar o setor, mas como se trata de um turismo qualificado e familiar, logicamente há incentivos significativos em países que já são experientes e sabem do excelente retorno gerado por esse setor. Mas, a exemplo de Itajaí e de outras iniciativas em termos de ampliação de infraestrutura e incentivos à indústria náutica em outras localidades do Brasil, acredito que haverá um crescimento, desde que haja visão e união, porque o mais difícil, que é a vocação natural, nós já temos.  E, hoje, ter um barco virou sinônimo de experiências contínuas, conectando famílias e amigos à natureza e à liberdade de ir e vir a lugares únicos e sobre as águas”, destaca Carlos Gayoso de Oliveira, que também é engenheiro, especialista do setor náutico além de dirigir uma das maiores e mais modernas marinas do país. 

Sobre a Marina Itajaí

Com início das operações em 2016, a Marina Itajaí está localizada no centro de Itajaí, SC, ao lado do Centreventos. Com 405 vagas secas e molhadas, mais de 20 salas comerciais e modernos equipamentos para até 75 toneladas são alguns dos diferenciais do complexo náutico. Além do posto de combustível com bandeira BR, sendo a única marina no sul do país com Diesel Verana. Possui espaço gastronômico com um restaurante internacional, o Zephyr Seafood & Sushi, com amplo estacionamento, ponto de carregamento de carros elétricos e heliponto. Foi a primeira marina do Brasil com certificação internacional ISO 14.001/2015 e Bandeira Azul.

Mais informações: https://www.marinaitajai.com/

 

  





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