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Estudantes do ensino integral têm notas maiores no Enem, diz estudo


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  • mell280

03/10/2025 09h08

Estudantes do ensino integral têm notas maiores no Enem, diz estudo

Lígia Santiago


Média chega a 27 pontos de diferença na redação e 5 em matemática e suas tecnologias

Um levantamento do Instituto Sonho Grande mostrou que alunos de escolas estaduais que oferecem ensino médio integral tiveram desempenho superior no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024, em comparação aos de unidades de turno parcial. 

A análise foi feita a partir dos microdados do exame, aplicado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Inclusive, não é a primeira vez que pesquisas apontam esta tendência. Um estudo do Instituto Natura, realizado entre 2017 e 2019, já havia mostrado que estudantes de tempo integral participaram 16,5% mais do Enem e obtiveram, em média, 29 pontos a mais na redação.

Avanços no desempenho

Para que uma escola seja considerada de tempo integral, a carga horária precisa alcançar pelo menos sete horas por dia ou 35 horas por semana. Nesta modalidade, os estudantes apresentaram médias mais altas em diferentes áreas. A maior diferença aparece na redação: foram 12 pontos a mais em relação aos colegas de tempo parcial. 

Quando a escola tem todas as matrículas voltadas ao ensino integral, o diferencial chega a 27 pontos. Além disso, o desempenho também se destacou em matemática e suas tecnologias, área em que os alunos do integral registraram 5 pontos a mais. 

Nordeste lidera matrículas em tempo integral

Segundo o Censo Escolar 2024, a região Nordeste concentra os maiores índices de matrículas no ensino médio integral. Pernambuco lidera, com 69,6% dos estudantes, seguido por Ceará (54,6%), Paraíba (54,5%), Piauí (54,1%) e Sergipe (35,2%). No outro extremo, Distrito Federal (6,4%) e Roraima (8,1%) registram as menores proporções.

O impacto também é percebido nos resultados. No Nordeste, alunos de período integral alcançaram notas mais altas não apenas na redação, mas também nas quatro áreas do conhecimento avaliadas no Enem. Em média, a diferença geral foi de 18 pontos em relação aos estudantes de turno parcial, chegando a 48 pontos na prova discursiva.

Crescimento e metas do governo para o ensino médio integral

Entre 2022 e 2024, a proporção de matrículas em tempo integral em toda a educação básica passou de 18,2% para 22,9%. Para ampliar ainda mais o índice, o Ministério da Educação (MEC) lançou, em 2023, o programa Escola em Tempo Integral, política pública voltada à expansão da jornada escolar no país.

O objetivo é apoiar estados e municípios na oferta de ensino com pelo menos sete horas diárias ou 35 horas semanais. Para isso, o MEC oferece repasses financeiros e apoio técnico voltados à contratação de profissionais, melhoria de infraestrutura e aquisição de equipamentos. A meta é criar 3,2 milhões de novas vagas até 2026, beneficiando todas as etapas da educação básica.

Estrutura como aliada

O desempenho dos estudantes também depende da infraestrutura disponível. Equipamentos como computador, projetor, quadro digital e até impressora, fundamental para a produção de materiais de apoio e simulados, fazem parte do cotidiano escolar. 

Além disso, bibliotecas e laboratórios de ciências ajudam a enriquecer o processo de ensino. Estes recursos, aliados a professores preparados e a uma rede de apoio bem estruturada, tornam a experiência mais completa.

Benefícios e desafios

Segundo o MEC, a escola em tempo integral amplia as oportunidades de aprendizado, desenvolvendo habilidades cognitivas, sociais, emocionais e físicas, fortalece a cidadania e oferece mais segurança durante a permanência dos alunos na instituição.

Entretanto, alguns desafios ainda se impõem. Por exemplo, a rotina extensa pode reduzir o tempo de convivência familiar, dificultar a vida de alunos que trabalham e, no caso das instituições privadas, elevar os custos da mensalidade.





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