27/10/2025 13h00
Eleições argentinas: expressiva vitória de Milei pode consolidar o apoio às reformas que ele propõe
Os resultados da eleição argentina superaram as expectativas otimistas iniciais. A expressiva vitória de Milei pode consolidar o apoio às reformas que ele propõe. Apesar de um percurso longo e desafiador, o resultado representa um sinal positivo. Embora a decisão dos eleitores não encerre o processo, mas apenas adicione um novo capítulo, o mercado, que demonstrava preocupação com a possibilidade de Milei não alcançar 35% dos votos, agora reage positivamente. A perspectiva de uma maior representação na Câmara e no Senado, decorrente do resultado eleitoral, aumenta a confiança de que as reformas serão implementadas.
A reação do mercado, impulsionada pelo otimismo, tende a ser positiva. Observamos, no pré-mercado, uma valorização expressiva do ETF (Exchange Traded Fund) de ações argentinas negociado no exterior, o que se confirmará ao longo do pregão. No curto prazo, a expectativa é de uma intensificação do otimismo entre os investidores, que antes mostravam cautela com o desempenho de Milei.
No entanto, em breve, a atenção se voltará para a necessidade de dar continuidade às reformas propostas por Milei e à sua capacidade de conduzi-las. O discurso de Milei após a vitória foi construtivo, buscando apoio no Congresso, onde alcançou maior representação, e prometendo continuar com as reformas. Ele demonstrou capacidade de articulação política, superando as expectativas iniciais.
Para o mercado, o desempenho eleitoral deverá ter impactos positivos, refletindo-se nos títulos da dívida argentina, nas taxas de juros e no câmbio. O principal foco dos investidores, contudo, será a valorização das ações do mercado, conforme demonstrado no pré-mercado, com o ETF de ações argentinas registrando alta de 17% em pouco tempo.
Ademais, essa eleição sinaliza uma mudança na orientação política da América do Sul, com uma tendência de maior abertura de mercado, menor intervenção estatal e menor populismo, em contraste com o cenário predominante nos últimos 25 anos. Essa mudança de dinâmica poderá influenciar as eleições futuras no Chile (novembro), no Peru e na Colômbia (primeiro semestre do próximo ano), e no Brasil (segundo semestre do próximo ano).
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research



