17/11/2025 06h22
Quatro coisas que você precisa saber hoje sobre a renda fixa
Análise de João Ferreira, sócio e analista de investimentos da ONE, mostra o caminho a seguir
Não houve mudança relevante na política monetária. A taxa de juros permanece em 15% ao ano. A taxa deve começar a cair apenas no próximo ano. Diante disso, e olhando para o futuro, João Ferreira, analista de investimentos da ONE traça um cenário dividido em quatro eixos fundamentais para quem investe em renda fixa se preparar para os próximos meses. Confira a seguir sugestões de investimento, de alocação e um alerta importante.
Sem mudanças na política monetária
"Não tivemos mudanças muito relevantes na perspectiva de política monetária. A previsão mais concreta que nós temos é de manutenção da atual taxa Selic de 15% até dezembro e muito provavelmente o início do ciclo de corte de juros a partir do primeiro trimestre de 2026"
Hora de reduzir exposição em pós fixado
"Diante desse cenário o que a gente tem recomendado aqui em termos de estrutura de portfólio, obviamente sempre fazendo as ressalvas sobre qual o perfil do investidor, do contexto e dos objetivos individuais, é diminuir um pouco a exposição em pós fixado, caso se tenha muito essa exposição. Ou eventualmente priorizar alocações que tem benefício da isenção do Imposto de Renda para investidores pessoa física".
Olhe a renda fixa agora como longo prazo
"Buscar então, LCIs, LCAs, CRIs, CRAs que tenham a rentabilidade atrelada ao CDI. Por outro lado, buscar também alocar, aproveitando essa janela que nós temos atualmente de patamares mais altos de taxa, para os papéis pré-fixados de IPCA, de inflação. Muito em função do alto patamar que a gente tem visto de negociação dos títulos públicos de referência, ou seja, das NTNBs, também popularmente chamados de Tesouro IPCA+ e isso tem feito com que o ativo de referência, justamente desses créditos privados, esteja muito alto e consequentemente a taxa está mais elevada. Por isso a recomendação de alocação muito também com um olhar mais de longo prazo, portanto, os ativos que têm uma duration, um vencimento mais longo, acabam sendo mais interessante porque conseguem, por um lado, captar maiores taxas, por outro, também têm um potencial de valorização no ganho de capital na marcação a mercado mais alto".
Atenção para o risco de crédito dos emissores
"Ponto de ressalva importante: sempre ter cuidado com o risco de crédito dos emissores, e das alocações, muito especialmente no atual contexto de que esse patamar mais alto de juros acaba representando um risco maior para as empresas, um custo maior de crédito e, consequentemente, a gente pode eventualmente ter algum evento de aumento de alavancagem, de redução das margens. Por isso, o que a gente tem sido é ainda mais cauteloso para fazer essa seleção dos emissores e dos ativos para locação".



