À medida que cresce a pressão por práticas sustentáveis no agronegócio, e principalmente impulsionado pela COP 30, o setor de carnes passa a buscar profissionais capazes de unir conhecimento técnico, leitura de mercado e diretrizes de sustentabilidade. Afinal, apesar de o Brasil se classificar como um dos líderes em exportação de carne, o país permanece no centro das discussões sobre emissões e desmatamento.

Para o consultor na área frigorífica e CEO do Rei da Linguiça, Paulo Duque, uma das principais frentes de atuação é a implementação de sistemas de rastreio que garantam que o gado comprado pelo frigorífico ou distribuído ao varejo não esteja ligado a áreas desmatadas de forma irregular.

Igualmente, o consultor recomenda as práticas de recuperação de pastagens, planejamento por demanda, integração lavoura-pecuária-floresta e manejo mais eficiente, resultando no aumento da produtividade e redução da emissão de gases de efeito estufa por quilo de carne produzida. 

Outro fator importante, destacado pelo especialista, é o uso da tecnologia, que compreende softwares de análise de dados, inteligência artificial e sistemas de gestão ambiental, permitindo que o profissional apresente aos frigoríficos e varejistas sua pegada ambiental. “Hoje o consultor atua como ponte entre sustentabilidade, eficiência e experiência gastronômica”, afirma Duque.

Por fim, o avanço das embalagens sustentáveis tem se tornado um dos pilares da estratégia ambiental de frigoríficos e varejistas. Hoje, já existem diversas soluções que reduzem o impacto ambiental sem comprometer a qualidade e a segurança dos produtos. Entre as principais, podemos destacar:

1. Materiais biodegradáveis e compostáveis

• Filmes e envoltórios feitos à base de celulose ou polímeros vegetais (PLA).
• Bandejas produzidas com fibras naturais, que se decompõem rapidamente em ambiente controlado.

2. Plásticos recicláveis e monomaterial

• Bandejas e filmes feitos com PET monomaterial, que facilitam a reciclagem.
• Redução da mistura de diferentes resinas, tornando o descarte mais eficiente.

3. Embalagens com resina reciclada pós-consumo (PCR)

Utilização de plástico reciclado de alta qualidade para bandejas, diminuindo o consumo de matéria-prima virgem.

4. Redução de gramatura (lightweighting)

Embalagens mais leves usando menos plástico, mantendo resistência e segurança, reduzem custos, impacto ambiental e volume de resíduos.

5. Tecnologia de Atmosfera Modificada (MAP)

• Aumenta a vida útil da carne ao controlar os gases dentro da embalagem.
• Menos desperdício, mes descarte de alimentos e mais eficiência logística.

6. Selagem a vácuo de alta eficiência (vacuum skin)

• Embalagem rente ao produto que utiliza menos material e aumenta o shelf-life.
• Mantém apresentação premium e reduz contaminações.

Ou seja, o consultor de carnes não é apenas um técnico, mas um agente que capacita frigoríficos e varejistas a aliarem a competitividade no mercado internacional com a responsabilidade ambiental, sem comprometer a qualidade dos produtos.