- mell280
05/12/2025 14h28
Avaliações no Google como critério de segurança médica: por que a reputação digital se tornou decisiva na escolha de cirurgiões no Brasil
A digitalização da saúde mudou definitivamente a forma como os brasileiros escolhem seus médicos. Se antes a decisão era guiada quase exclusivamente por indicações familiares, hoje o histórico público de reputação digital, especialmente as avaliações no Google, passou a ser um dos principais termômetros de confiança, conduta e segurança profissional.
Em um país que figura entre os líderes mundiais em procedimentos estéticos, a busca por resultados rápidos e a influência de celebridades criaram um ambiente de oportunidades, mas também de riscos. Nesse contexto, a reputação online deixou de ser um detalhe de marketing para se tornar um instrumento de proteção e clareza para o paciente.
Escolher um médico também se tornou uma decisão digital
Pesquisas nacionais e internacionais apontam que cerca de 85% dos pacientes pesquisam online antes de marcar uma consulta. Comentários, avaliações reais e relatos detalhados ocupam hoje um espaço antes dominado apenas pelo boca a boca.
Para o cirurgião plástico Dr. Josué Montedonio, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), esse movimento é bem-vindo, desde que utilizado de forma responsável.
“A avaliação no Google não é sobre marketing. É sobre responsabilidade.
Cada comentário representa uma vida real, uma história real e a confiança de um paciente que foi cuidado com segurança.”
Segundo ele, cada relato funciona como uma espécie de “documento humano”, revelando aspectos que o marketing não mostra: acolhimento, escuta, preparo técnico, clareza nas explicações e acompanhamento após o procedimento.
“A reputação digital trouxe transparência. Diferente da propaganda, que fala sobre o que o profissional diz ser, a avaliação fala sobre o que o paciente viveu. Segurança se constrói com vivência, não com edição.”, afirma.
O risco do “médico influenciador” e da estética imediatista
Nos últimos anos, houve um aumento expressivo de perfis médicos que utilizam redes sociais como ferramenta de autopromoção. Muitas vezes, o conteúdo publicado inclui:
promessas exageradas de resultados estéticos,
estímulo ao imediatismo,
ausência de alertas sobre riscos,
banalização de cirurgias complexas,
espetacularização de procedimentos.
O resultado direto tem sido o crescimento de complicações decorrentes de escolhas baseadas em estética, e não em segurança.
Nesse cenário, avaliações reais aparecem como contraponto ético.
“Quando o paciente lê centenas de relatos autênticos, ele percebe consistência.
E não existe consistência sem verdade.
Não existe excelência sem jornada.”, pontua Dr. Josué.
Por que avaliações no Google são indicadores de segurança não de autopromoção
Ao contrário das redes sociais, avaliações públicas oferecem um registro contínuo e difícil de manipular. Entre os pontos mais relevantes estão:
histórico acumulado ao longo dos anos,
diversidade de opiniões,
relatos verificados,
rastreabilidade,
contexto sobre atendimento e pós-operatório.
Para especialistas, isso contribui para decisões mais informadas e diminui a chance de escolhas impulsivas motivadas apenas por imagens editadas.
O que observar antes de escolher um cirurgião
Dr. Josué Montedonio destaca alguns sinais importantes que podem ser identificados nas avaliações:
Consistência nos elogios relacionados a acolhimento, atenção e pós-operatório;
Ausência de padrões negativos repetidos, como atrasos constantes, falhas de comunicação ou descuidos no pós-operatório;
Tempo de relacionamento com o paciente, indicado por avaliações antigas e recentes;
Satisfação mesmo diante de intercorrências, o que demonstra ética no manejo clínico;
Transparência médicos bem avaliados tendem a responder comentários e dialogar abertamente.
“Na cirurgia plástica, segurança não se negocia. E segurança começa na escolha do médico.”, reforça.
Um novo pacto entre médicos e pacientes
A maior visibilidade traz responsabilidade, não vaidade. Para o especialista, a reputação digital exige que o profissional seja:
tecnicamente competente,
humano,
claro nas explicações,
acessível,
responsável com expectativas,
comprometido com o acompanhamento após o procedimento.
Pacientes também precisam fazer sua parte, buscando informações qualificadas e desconfiando de promessas milagrosas.
“O paciente bem informado é o paciente seguro.
E o médico que trabalha com ética não teme a transparência.”, diz o cirurgião.
Reputação digital não é marketing é segurança clínica
Em um país onde a estética cresce em ritmo acelerado, as avaliações no Google tornaram-se um filtro importante para identificar quem realmente prioriza cuidado e ética, e não apenas visibilidade.
“No fim das contas, o que importa não é o número de seguidores, mas a experiência real de quem confiou sua saúde nas mãos desse profissional.”, conclui Dr. Josué Montedonio.
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