12/12/2025 09h03
Gestão financeira sem improviso: existe um método simples para ajudar na organização do orçamento neste final de ano?
Calculadora de três potes é a solução prática para colocar as finanças de volta nos trilhos
O fim de ano está chegando e, neste período, é natural as pessoas fazerem uma retrospectiva de tudo que aconteceu nos últimos 12 meses. E um dos âmbitos da vida que merece uma atenção especial são as finanças pessoais, porque nem sempre a organização do orçamento é uma tarefa fácil. Para quem é dono do próprio negócio ou presta serviços por um CNPJ, o desafio é ainda maior: é preciso administrar ao mesmo tempo o dinheiro da empresa e separá-lo da esfera privada.
De acordo com o CFO da Contabilizei, Eduardo Freitas, a falta de planejamento financeiro pode gerar dívidas, impactar nas decisões de investimentos e comprometer o faturamento do negócio. “Não é sobre cortar tudo, mas ter disciplina para conhecer qual a real necessidade financeira. Ao estruturar o orçamento, dividi-lo em categorias e destinar um valor para reserva mínima, a ansiedade diminui e as decisões ficam mais leves e focadas. Pequenas escolhas com consciência mudam a saúde financeira das pessoas.”
Uma sugestão é colocar a organização financeira como uma das resoluções do ano novo e, assim, transformar a relação com o dinheiro. Para ajudar nesta missão, a Contabilizei disponibiliza gratuitamente um método simples, didático e visual: a calculadora dos 3 potes, ferramenta construída com base no modelo universal de separação do dinheiro em três categorias essenciais:
NECESSIDADES
Custos obrigatórios, como moradia, alimentação, saúde, educação, transporte etc.
VONTADES
Gastos não obrigatórios, como lazer, entretenimento, serviços por assinaturas etc.
RESERVA
Montante destinado a resolver uma emergência ou aplicar em investimento.
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Pote das necessidades: base do orçamento
As necessidades são o coração do planejamento. Esse pote reúne todas as despesas indispensáveis para manter a rotina funcionando, como gastos essenciais, que não podem ser adiados ou eliminados. Aqui entram aluguel ou financiamento, contas como água, luz, gás e internet, além de gastos básicos com alimentação, transporte, saúde e educação, como escola ou creche dos filhos. A recomendação é destinar cerca de 50% da renda para esse pote, embora o percentual possa variar conforme o padrão de vida, cidade onde a pessoa mora e composição familiar.
Para o CFO da Contabilizei, o maior erro é não saber o tamanho desse grupo de despesas. “Antes de pensar em economizar ou investir, a pessoa precisa conhecer o próprio custo de vida. Muita gente nunca calculou esse valor e, quando não sabemos quanto custa o nosso dia a dia, tomamos decisões no improviso e comprometemos todo o restante do orçamento”, diz Eduardo.
Os gastos com as necessidades normalmente são:
- Moradia: aluguel, condomínio, financiamento, contas de luz, água, gás;
- Alimentação básica: supermercado, feira, hortifruti, padaria, açougue;
- Transporte: veículo próprio (combustível e manutenção), ônibus, metrô;
- Saúde: plano médico e odontológico, seguro de vida, medicamentos;
- Obrigações fixas: mensalidades essenciais, escola dos filhos, telefone e internet;
- Compromissos financeiros inadiáveis: empréstimos, parcelas do cartão e financiamentos.
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Pote das vontades: consumo consciente
Esse pote não é o vilão das finanças. Na verdade, ele permite consumir com tranquilidade e sem culpa. Aqui entram despesas relacionadas ao estilo de vida: lazer e entretenimento (viagens, passeios, restaurantes, cinema, teatro), compras (roupas, eletrônicos, itens pessoais), assinaturas, presentes e pequenos prazeres do dia a dia. Para manter esse pote saudável, é importante revisar periodicamente os gastos e identificar o que realmente faz sentido permanecer no orçamento. Também vale analisar se algum gasto pontual, como uma viagem, compra maior ou comemoração, ocupou uma parcela maior do que o esperado e precisa ser compensado nos meses seguintes.
A calculadora sugere destinar até 30% da renda para esse pote. O segredo é simples: só consumir dentro do limite sustentável, sem comprometer despesas essenciais ou a construção da reserva.
“As pessoas acham que organizar as finanças significa cortar tudo. Ter um dinheiro para as vontades é importante para garantir prazeres sem culpa. Quando você define um limite claro, pode aproveitar sem medo de estourar o orçamento e evita aquela sensação de ‘descontrole silencioso’, que vira uma ‘bola de neve’”, afirma Eduardo.
As despesas com as vontades são caracterizadas como:
- Lazer: passeio, viagem, restaurante, bar, hobby;
- Entretenimento: cinema, teatro, show, exposição, museu;
- Compras: itens pessoais, roupas, eletrônicos, decoração;
- Assinaturas: academia, clube, jogos, streaming;
- Presentes ou lembranças;
- Interesses do dia a dia.
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Pote da reserva: de olho no futuro
Esse é considerado um dos mais estratégicos dos potes. Proporciona segurança, estabilidade emocional e liberdade de decisão. Quem é dono do próprio negócio, presta serviço com um CNPJ ou trabalha de forma autônoma, a importância é ainda maior: a renda pode oscilar de um mês para o outro, clientes podem cancelar contratos, pagamentos podem atrasar e a demanda pode variar de forma imprevisível. Sem reserva, qualquer imprevisto pode virar uma crise na vida pessoal.
A recomendação geral é destinar pelo menos 20% da renda mensal para construir esse colchão financeiro. O objetivo é formar uma reserva equivalente a 6 e 12 meses do custo de vida, número que pode variar conforme a estabilidade profissional, setor de atuação e tolerância ao risco. Quem é concursado ou CLT estável pode manter uma reserva menor, já quem empreende, presta serviços ou depende de contratos deve mirar no patamar mais alto, por exemplo.
A reserva também funciona como proteção contra gastos inesperados: uma urgência de saúde, um conserto, a perda de receita repentina ou até a necessidade de trocar um equipamento. Sem esse pote, a solução tende a ser o endividamento e, muitas vezes, com juros altos. Além de proteger o presente, a reserva traz tranquilidade para tomar decisões com mais calma, recusar trabalhos pouco vantajosos, planejar uma transição de carreira e até investir com mais consistência.
“A reserva de emergência evita que uma crise vire um problema maior e permite às pessoas uma chance de tomar decisões com cabeça fria, não por desespero. Sem essa vantagem, qualquer plano financeiro se torna mais frágil”, completa Eduardo.
Como usar a calculadora dos 3 potes para organizar o dinheiro
Para ajudar os consumidores, a Contabilizei desenvolveu a calculadora de três potes. Ao informar o valor recebido, a calculadora informa à pessoa quanto está sendo destinado hoje a cada categoria, quanto deveria ser destinado para manter um equilíbrio saudável e onde estão os excessos que podem estar desequilibrando o orçamento. A ferramenta também aponta quanto falta para formar uma reserva adequada e sugere ajustes práticos para organizar o mês.
Para quem nunca teve uma visão completa do próprio fluxo financeiro, esse tipo de diagnóstico é decisivo. A solução ajuda a identificar rapidamente quando as despesas essenciais estão acima do ideal, quando os gastos de consumo tomaram um espaço exagerado do orçamento ou quando a reserva de emergência ainda não existe. Com essa visualização, fica mais fácil tomar decisões conscientes e ajustar o planejamento de forma realista e sustentável.



