- mell280
08/06/2011 13h23
Produtores reclamam do descaso e omissão das autoridades nas invasões de terras por indígenas
Para os produtores, a contratação de empresas de segurança é a única saída que encontraram para defender suas propriedades, pois principalmente depois da vinda a Dourados da ministra do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Eliana Calmon, do presidente da Funai Márcio Meira e outras autoridades, a situação parece ter se agravado. “O que percebemos é que, depois da visita do CNJ, começaram a acontecer novas invasões. Parece que os indígenas acabam sendo estimulados pelos antropólogos que dizem ser da Funai e do MPF a proceder desta forma, desrespeitando o que foi conversado”, lamentam.
Para eles, os índios estão sendo transformados em massa de manobra, porém não foi possível ainda identificar quem são os verdadeiros responsáveis. “O jeito, infelizmente, será montar uma milícia para proteger o nosso patrimônio”, disse um produtor, lembrando que “há poucos dias, tentaram invadir a Fazenda Campanário, mas como o local já possui uma equipe de segurança eles foram colocados para fora da propriedade, fato que ficou abafado”.
Outras informações ainda dão conta que o líder da invasão Shatalim Graito Benites seria um índio desaldeado. "Ele já foi expulso pelo cacique da aldeia e por isso veio para cá. Ele é complicado e parece que já tem vários processos", disse um dos índios acampados nas terras invadidas.
Prepotência
Os produtores questionam a ação do representante do Ministério Público Federal, o antropólogo Marcos Homero, que segundo eles deixa transparecer uma boa dose de prepotência. “Ele chegou à área invadida sem se identificar [só conseguimos saber porque o veículo de vidros escuros tinha placa do Brasil], foi até o local onde estavam os invasores, como se fossem os reais proprietários, conversou e deixou o lugar sem nos dar atenção", observou um dirigente ruralista.
No local o antropólogo chegou a questionar a presença da imprensa: “Porque estão tirando fotos, eu não autorizei não”, disse em tom ameaçador, dando mais sinais da prepotência aventada pelos produtores.
O Douranews tentou entrar em contato com Marcos Homero, mas foi informado, no Ministério Público Federal de Dourados que ele estaria em viagem a Tacuru. Na assessoria de imprensa do órgão, em Campo Grande, foi confirmada essa viagem, como também “liberada” a publicação da foto. “Ele não pode proibir fotografar não”, afirmaram.