A canção que ele falava era "Trem do Pantanal". Sobre o que ficou de material inédito, Paulinho acredita que muita coisa pode vir, além do CD. "Eu me preocupo com o que ele deve ter deixado, mas o que me deixa melancólico é pensar também nas coisas mais antigas que ele não mostrou para ninguém e se mostrou, para poucas pessoas", afirma Paulinho.

A preocupação dele é ligada diretamente à falta de memória existente não só na cultura, como nas artes em geral. "Na música, na pintura... Eu espero que a gente tenha sorte com o que o Geraldo deixou", completa.

Jornalista e músico, Rodrigo Teixeira também lamentou a ida de Roca. "Um grande músico, uma grande pessoa". Abalado, ele quem afirma que o CD fora gravado por Geraldo aqui, no studio 45 e por Renato Teixeira em casa, em São Paulo.

Rodrigo também relembrou a ligação dos dois. Roca participou do LP "Garapa", de Renato Teixeira, tocando viola de 10 cordas, em 1978. No Facebook, Chico Teixeira, filho de Renato, descreveu em duas fotos, a perda do amigo. "Perdi um grande amigo, minha primeira referência fora de casa! Impossível expressar o que sinto neste momento", disse Chico ainda na sexta-feira (25).

Neste sábado, narrou que Geraldo Roca o ajudou a encontrar o norte na carreira. "Quantas noites, quantos papos. Esteve presente em absolutamente todas as etapas de minha vida. No dia em que nasci ele foi a maternidade levar um charuto para meu pai. Esteve ao meu lado em momentos difíceis também. Em minha modesta opinião, está entre os maiores compositores do planeta. Dono de um humor ácido que incomodava a muitos. Poeta certeiro, sábio, original! Se esse é o melhor caminho, que seja assim!"