O clima seco que afetava Mato Grosso do Sul até ontem (21) tem interferido em diversos aspectos na vida do sul-mato-grossense, um deles é o valor do litro do leite nas prateleiras dos supermercados, que varia entre R$ 1,89 a R$ 2,40 a caixinha.

Após o período de geada que atingiu o sul de Mato Grosso do Sul veio o período da seca. Em Campo Grande não chovia há 42 dias, chovendo em pontos isolados na noite desta quinta-feira (21) e a baixa umidade relativa do ar atinge estado de atenção. Ar seco e falta de chuva no pasto faz a vaca ficar sem o alimento natural, sendo assim, o produtor é obrigado a gastar com suplementos e rações para alimentar o animal.

“Se a vaca não se alimenta do pasto natural por conta da seca, o produtor tem que pagar pela ração, o que acaba afetando o preço do produto”, explica o produtor de leite, Dênis Vilela. Na pecuária de leite existem os períodos de safra e entre safra. “Estamos iniciando a entre safra. Quem se preparou está produzindo, quem não preparou deixou de produzir 60%”, informa Dênis.

Dênis comenta que dezembro é a época do ano que a produção do leite aumenta e cai o consumo. “Por conta das épocas festivas e também pelo clima ser favorável nessa época do ano. Se tem comida a vaca se alimenta bem, o que deixa o preço baixo”, detalha o especialista.

O produtor explica ainda sobre o período de lactação, período que a vaca acabou de ter o bezerro e está em fase de amamentação. “Não pode deixar a critério da natureza, tem que fazer o manejo no animal”, diz Dênis.

O período de lactação dura 240 dias. “No primeiro mês o animal produz bastante leite e vai perdendo a lactação com o tempo”, relata ele ao destacar que o animal dá em média uma cria a cada 12 meses e inicia nova lactação.

Cada produtor tem um gasto. O preço do leite depende ainda da distância da propriedade à indústria. “Se a indústria é próxima, o preço é um, se é longe, é outro”, destaca ele ao informar que o litro do leite chega a custar para ele R$ 0,70. Até 100 litros produzidos o produtor recebe R$ 0,63 centavos por litro de leite de padrão baixo.

Outro problema encontrado pelos produtores de leite é em relação à mão de obra qualificada para o manejo. “A falta da mão de obra especializada está terrível na pecuária rural, o fato se deve também pela modernidade da tecnologia”, desabafa o produtor.