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Câmara Municipal de Campo Grande vende de calcinhas até colchões


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15/08/2011 11h50

Câmara Municipal de Campo Grande vende de calcinhas até colchões

DANÚBIA BUREMA E GABRIEL MAYMONE


 

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Foto: Álvaro Rezende
Espaço alternativo criado há 3 meses abriga expositores de produtos como de fitnessa de fitness

Quem for assistir às sessões da Câmara Municipal de Campo Grande tem a oportunidade de adquirir produtos diversos, de calcinhas, fitness a colchões para aliviar o estresse, que há cerca de três meses passaram a ser expostos nos corredores. Chamado de espaço alternativo, o local foi adaptado para oferecer bens que melhorem a qualidade de vida dos servidores, mas tem sido alvo de críticas por permitir comercialização no prédio da Câmara.
O “Espaço Alternativo” fica no corredor principal da Câmara e foi criado pelo presidente da casa de leis, Paulo Siufi. Segundo Siufi, o objetivo é atender comerciantes que pediam para demonstrar produtos para funcionários do órgão. “Cada comerciante tem o período de 15 dias para expor seus produtos no espaço. Já passaram por aqui produtos feitos de materiais recicláveis, colchões ortopédicos para aliviar o stresse e dores na coluna e agora está tendo exposição de fitness, com produtos relacionados ao bem estar e qualidade de vida”, disse Siufi.

A assessoria do presidente disse que os comerciantes podem apenas expor os produtos para os funcionários e que não é permitido vendê-los na Câmara. Se algum funcionário quisesse comprar, teria que ir até a loja física do comerciante.

Neste mês, dois estandes foram montados no local. Um deles com esteiras e bicicletas ergométricas, que podem custar até R$ 7 mil, e outro com malhas e roupas de fitness. Quando questionada pela reportagem do Correio do Estado, uma funcionária, de 37 anos, disse que eles vendem os produtos lá dentro, inclusive com desconto de 30% para pagamento à vista. Os preços variam de R$ 60 até R$ 100. “O pessoal gosta. No começo as vendas foram poucas, mas agora está melhor”, conta a funcionária, que disse que a dona da loja conseguiu o espaço através de um contato de um amigo.

Paulo Siufi disse que não sabe sobre as vendas na Câmara, mas disse que se isso realmente estiver acontecendo não tem problema nenhum. Ele alega que qualquer comerciante pode ocupar o espaço, desde que seja algo relacionado ao Programa de Qualidade aos Funcionários. Quem avalia se os produtos são adequados para o 'Espaço Alternativo' ou não, é a curadora de arte Jane Arguelo.

Entre os funcionários, o assunto divide opiniões. Um assessor do vereador Ribeiro, que trabalha há 8 anos na Câmara, disse que é indiferente. “Não atrapalha meu trabalho. Pra mim não influencia em nada. Mas se eu quiser passear eu vou ao shopping”, conta.

Por outro lado, duas assessoras de outro gabinete afirmam já terem comprado produtos artesanais que estavam sendo vendidos mês passado, “Esse do fitness agora é a primeira coisa diferente que teve aqui”, conta uma delas, que também disse que não tem tempo para ficar comprando coisas enquanto está trabalhando.

Entre os vereadores as opiniões também são divididas. O vereador Alex (PT) disse que, por se tratar de um espaço público, deve haver uma normatização, “Acredito que deve se estabelecer critérios para continuar com a idéia. A mesa diretora decidiu e eu confio muito nas decisões do presidente, mas o espaço não pode ter um apelo comercial”, disse o vereador.

Já para o parlamentar Dr. Loester (PDT) a ideia esta tomando outros rumos, “Eu apoio desde que seja relacionada a artes e a cultura local, mas, do jeito que as coisas estão, a Câmara está virando um bazar”, completa.

Segundo Siufi, a ideia de trazer produtos relacionados ao bem estar e saúde para a Câmara veio com intuito de privilegiar os cerca de 400 funcionários que não têm tempo de sair do órgão e buscar esse tipo de produto, já que o slogan é “Câmara mais perto de você”.

Enquanto abre-se espaço para lojinhas dentro do prédio da Câmara Municipal, o presidente Paulo Siufi se queixa da falta de estrutura para criação de mais oito gabinetes aos novos vereadores que serão eleitos a partir de 2012. Mas o próprio presidente autorizou a montagem das lojinhas, onde se vende de quase tudo.





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