"Se deixarmos o mercado funcionando, apenas o mercado, daqui a dez anos a América Latina vai virar a fazenda do mundo. O Brasil talvez vai ser a fazenda e a mina (...) A Europa possivelmente vai ser um museu", disse o ministro do Desenvolvimento, dizendo em seguida que estava "brincando" em seu comentário sobre a Europa. "Depois eu viro manchete amanhã", acrescentou.
Para Fernando Pimentel, a ação dos Estados e governos é importante com o objetivo de criar melhores condições das empresas locais competirem, ou para proporcionar uma maior integração entre os países da região. "A América Latica tem 500 mihões de pessoas com dinamismo muito maior do que Estados Unidos e Europa", afirmou.
O ministro afirmou que a Transoceânica, rodovia que vai ligar o oceano Atlântico ao Pacífico, com 2,6 mil quilômetros de extensão, vai revolucionar a logística do comércio na América do Sul. "Acabo de chegar de uma viagem ao Peru e Chile. Fiquei surpreso com a ansiedade que estes países têm em intensificar o comércio com o Brasil", acrescentou.
Balança comercial centrada nos produtos básicos
Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram, porém, que, do crescimento total de US$ 33,69 bilhões nas exportações brasileiras nos sete primeiros meses deste ano, para US$ 140,5 bilhões, 60%, o equivalente a US$ 20,21 bilhões, referem-se às vendas externas de produtos básicos, principalmente alimentos, minério de ferro a petróleo em bruto
O aumento das vendas de produtos básicos, neste ano, está relacionado com a elevação dos preços das chamadas "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos, petróleo e minério de ferro, entre outros) no mercado externo. Com o preço em alta, as vendas externas se tornam mais rentáveis - o que aumenta o valor das exportações.
Com o forte aumento das vendas de produtos básicos de janeiro a julho deste ano, sua participação em todas as exportações brasileiras alcançou 47,6% (quase metade de toda a pauta brasileira), em comparação com 43,6% em igual período de 2010. Ao mesmo tempo, recuou de 54,2% para 50,3% a participação dos produtos industrializados (semimanufaturados e manufaturados) em igual período de comparação.