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Prematuro, Miguel nasceu pelas mãos do pai no meio da Guaicurus


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26/06/2021 14h23

Prematuro, Miguel nasceu pelas mãos do pai no meio da Guaicurus

Bebê segue monitorado na UTI neonatal do HU, mas está bem; família ainda não acredita em parto tão natural

Por Paula Maciulevicius Brasil


 Quem vê a tranquilidade com que os pais narram o nascimento de Miguel nem imaginam que o bebê já chegou fazendo história. A data prevista do parto era 24 de julho, mas o caçula da família quis fazer surpresa e nasceu com 35 semanas, dentro do carro no meio da Avenida Guaicurus, próximo ao UPA Universitário, na noite desta sexta-feira (25).

 
 
Com o chá de fralda programado para este sábado, a mãe do bebê, Adriana da Silva Dantas, de 39 anos, estava na igreja arrumando a decoração para receber os amigos, quando começou a sentir uma vontade estranha que parecia que era xixi, mas não era.
 
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"Fui ao banheiro, não era xixi, voltei e senti novamente, fui de novo e voltei para fazer a decoração. Senti algo estourando dentro de mim, mas não doeu nada, como não saiu o líquido, achei que fosse só o bebê chutando", descreve.
 
Em questão de cinco minutos as contrações começaram a vir com força e Adriana conta que neste momento ligou para o marido e disse que estava entrando em trabalho de parto.
 
 
Bolsa maternidade e a saída da maternidade com o nome de Miguel. (Foto: Arquivo Pessoal)
O pai do bebê, Márcio Dantas Júnior, de 28 anos, saiu do Bairro Los Angeles de carona com um vizinho, chegou até a igreja que fica no Parque do Sol e só teve o tempo de colocar a esposa no carro.
 
A ideia era de seguir para a maternidade Cândido Mariano, só que não teve tempo. Enquanto estava na Avenida Guaicurus, próximo ao UPA do Universitário, Márcio ouviu da esposa a afirmação: "vai nascer".
 
"Eu já tinha ligado o pisca-alerta, estava acelerando, duas quadras do UPA ela disse: 'está nascendo', eu parei o carro no meio da avenida, abri as portas e foi ali mesmo o parto", descreve.
 
 
Ele pegou o bebê assim que Miguel nasceu e fez uma manobra ao perceber que o menino não respirava. "Ele soltou um líquido e começou a chorar certinho. Aí dali já fomos direto para o UPA", conta.
 
Lá, o pai diz que foi tão bem atendido pelos enfermeiros, médicos, toda a equipe recebeu a família de imediato, limpou e cuidou de Adriana, além de fazer os primeiros atendimentos ao recém-nascido.
 
O tempo entre as contrações de Adriana ritmarem e o bebê nascer, o pai calcula que tenha sido de 20 minutos. "Começou 8h20 da noite e 8h40 ele nasceu".
 
Este é o quarto bebê de Adriana, mãe que já tinha tido os dois primeiros filhos de parto normal e a última, de cesariana. Os planos da família era realizar outra cesárea, que eles vinham acompanhando no pré-natal certinho com um médico particular.
 
A calma com que o pai descreve o parto mostra que além da tranquilidade ele tinha informações sobre o nascimento e parto. "É porque eu sempre quis seguir na parte de Medicina, só que como não tinha condições, fui no que era mais próximo e me formei em Educação Física, mas sou curioso. Desde a nossa menina eu fui em todas as consultas, exames, isso me ajudou bastante".
 
O pai também atribui a Deus o fato de ter conseguido, naquele momento, manter a calma e o foco. "Na hora, você nem sabe explicar, Deus me usou naquele momento, porque fiquei calmo, nunca fiz isso, só tinha pesquisado e lido, mas fui uma coisa que fui fazendo. Fiz os primeiros socorros, consegui tirar o cordão umbilical do pescoço. Eu só comecei a tremer de nervoso quando ele começou a chorar, depois que já tinha passado tudo".
 
 
Internados no Hospital Universitário desde às 23h de ontem, mãe e filho passam bem. O bebê está na UTI neonatal por ser prematuro.
 
A mãe, Adriana, lembra que o nome foi sugerido por uma vizinha, que anunciou a vinda de Miguel.
 
Um dia ela me disse: 'então Miguel vem aí?' E eu nem tinha me tocado ainda do nome e nem tinha 100% de certeza que era um menino, mas todas as profecias indicavam que sim", relembra Adriana.
 
Adriana não planejava parto normal, achava que o bebê esperaria os últimos exames para então marcarem a cesariana. Depois do nascimento, ela descreve os sentimentos como alívio e ao mesmo tempo preocupação até chegar a um atendimento médico.
 
"Senti medo, queria chegar num posto de saúde, no hospital mais próximo para examinar", completa.
 
Questionada sobre como vai contar a história do nascimento ao filho, Adriana brinca: "da mesma forma que contamos a você, ele vai ficar surpreso de saber que nasceu no carro".




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