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01/08/2024 09h18
Pré-candidato a prefeito preso por extorsão já foi julgado por assassinato
Mauro Augusto Dutra era apontado como mandante da morte de Leonildo Matias de Oliveira em 2019
Por Bruna Marques
O pré-candidato a prefeito em Bandeirantes Mauro Augusto Senturião Dutra, o Maurinho Dutra (Agir), preso nesta quarta-feira (31) suspeito de extorsão, já sentou no banco dos réus, do Tribunal do Júri, para ser julgado como mandante da morte de Leonildo Matias de Oliveira, no dia 18 de agosto de 2019.
O júri ocorreu no dia 9 de março de 2023, na ocasião os jurados absolveram Maurinho, apontado como mandante durante a investigação do crime, porque entendeu que não havia provas. Já Flávio Rodrigues da Silva foi condenado a sete anos de reclusão em regime fechado por ser responsável pelo assassinato de Leonildo.
Jurados entenderam que Flávio era culpado pelo crime, mas reconheceu atenuantes da confissão e do assassino ter agido sob influência de violenta emoção.
O caso - Leonildo estava comendo pastel com a neta em uma lanchonete de Bandeirantes, a 70 quilômetros da Capital, quando Flávio realizou disparos contra a vítima. Após ser atingido, o homem chegou a ser socorrido, mas morreu ao dar entrada na Santa Casa de Campo Grande.
Conforme a denúncia apresentada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Flávio teria praticado o homicídio numa "empreita criminosa" planejada por Mauro Augusto, que queria se vingar de atentado supostamente cometido por Leonildo em frente à casa do suspeito de arquitetar o assassinato, em 12 de agosto de 2019.
No mesmo dia, o filho da vítima, Joelson Silva Oliveira, 25 anos, foi preso tentando vingar a morte do pai. De acordo com a Polícia Civil, o rapaz foi visto andando armado pela cidade em busca dos autores do homicídio.
Ao se deparar com a viatura policial, Joelson correu para uma residência da Rua Santa Rita de Cássia, no Bairro Silvino de Barros, e arremessou uma pistola de 9 milímetros para debaixo da cama, encontrada posteriormente pelos policiais.
Questionado sobre a arma, Joelson contou que a comprou para se defender de desafetos e citou que seu pai foi vítima de disparos na região central do município.
No dia 10 de junho de 2016, Mauro Augusto foi apontado como responsável por atirar contra Willian Ferreira Barbosa. O motivo do crime, conforme constava no boletim de ocorrência foi uma dívida de R$ 70.
Segundo informações do boletim de ocorrência, a vítima havia acabado de sair de uma festa junina, em Bandeirantes, acompanhada de amigos e estava em frente a um bar quando foi baleada.
O suspeito, ainda conforme o registro, Mauro havia mandado mensagens no celular de Barbosa cobrando a quantia. A bala transfixou o tórax na altura da costela da vítima. Os amigos a socorreram até o hospital local, onde foi atendido.
Operação - Principal alvo de operação da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos a Banco e Sequestro), Maurinho Dutra e os outros três homens presos, usavam de ameaças, intimidação e até sequestro para cobrar dívidas. O grupo é investigado por extorsão e a ação aconteceu na manhã desta quarta-feira (31), em Bandeirantes.
Durante coletiva de imprensa na tarde de ontem, o delegado Roberto Guimarães explicou que no grupo passou a ser investigado após um sequestro no final do mês de maio. Na ocasião, a vítima foi levada para levada de sua casa para um outro local e ameaçada pelo grupo a quem devia dinheiro.
“O caso foi comunicado para a Garras e nós começamos a investigar. Identificamos se tratar de uma associação criminosa que está atuando há aproximadamente 2 anos na cidade e eles emprestam dinheiro para as vítimas com juros exorbitantes e depois, como as pessoas não conseguiam pagar, eles as intimidavam no meio da rua, iam em suas casas e as ameaçavam”, disse o delegado da especializada.
Em um dos casos, três dos quatro, pularam o muro da casa da vítima em plena luz do dia e passaram a ameaçá-la. “Aconteceu por volta das 11h da manhã. Isso mostra que não estavam preocupados e agiam como pessoas que jamais seriam investigadas”, pontuou Roberto.
Todos os presos tem passagens criminais por porte ilegal de arma de fogo, furto qualificado e homicídio. Eles têm 23, 31, 37 e 49 anos e foram alvos de mandado de prisão temporária. Além de busca e apreensão. De acordo com Roberto, o principal alvo era Maurinho, apontado como mandante.
A investigação agora continua para saber se existe ligação com alguma facção criminosa e de onde vem o dinheiro que é usado para os empréstimos. Na ação foram apreendidos mais de meio milhão de reais em dinheiro, cheques pré-datados e notas promissórias. Há relatos de vítimas também nas cidades de Jaraguari e Coxim.