A cena não era novidade. A sensação de ver os dois risquinhos no teste de gravidez já havia passado por aquele coração de mãe por três vezes. Nem mesmo o enjoo surpreendeu, a não ser pelo cansaço excessivo. O susto veio somente na sala de ultrassom, quando, mesmo com gel gelado na barriga, o corpo esquentou ao ouvir a notícia: quadrigêmeos! A auxiliar de cuidado com idosos, Natasha Dias, 28 anos, moradora de Três Lagoas, cidade 311 quilômetros distante de Campo Grande, em breve terá quase o dobro do número de crianças que tem hoje em casa, a trupe vai passar de 3 para sete. A saga começou quando a jovem foi ao hospital passando mal. O exame de gravidez foi feito e positivado.

“Aí me mandaram para a maternidade para fazer mais exames e um ultrassom”, contou ao Primeira Página. Após algumas horas de espera, o exame de imagem foi iniciado e uma pergunta peculiar foi feita pelo médico: você está em tratamento para engravidar?

Diante da resposta negativa, o doutor emendou, “então você é muito sortuda porque está grávida de trigêmeos”. A notícia trouxa um mix de emoções que embolou no coração e transbordou os olhos. “Nessa hora minha alma saiu do corpo. Comecei a chorar, fiquei assim, não conseguia pensar em nada”.

Mas, por fim, a situação era um pouquinho diferente. O quarto bebê estava escondidinho atrás dos irmãos. “Quando ele me disse que eram quatro, eu já estava chorando mesmo, já estava tremendo, não soube nem o que pensar”.

Passado o primeiro impacto, o médico passou a explicar que, por ser uma gestação natural, ou seja, sem indução, trata-se de um caso raro. Tanto que em 35 anos de profissão, nunca havia visto um de perto. A explicação é que ocorreu uma superovulação.

O marido, Alisson Rayner, autônomo de 35 anos, não estava junto no momento da notícia. Havia ido para casa ficar justamente com os outros três filhos. Foi em uma ligação que soube a novidade, inicialmente encarada como brincadeira, trote. Foi quando a voz do médico tomou a linha que o papai acreditou.

Natasha está fora do mercado de trabalho, por isso, com o companheiro, pensa em como vai lidar com a situação. Por ora cogitam lançar uma vaquinha virtual para arrecadar valor que auxilie na chegada dos bebês.