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Bolões da Mega da Virada: uma outra visão


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  • mell280

31/12/2024 11h46

Bolões da Mega da Virada: uma outra visão

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As poucas chances de ganhar o prêmio e o lado social das apostas

- A probabilidade de ser o grande vencedor da Mega-Sena, realizando uma aposta simples de seis números por R$ 5, é de 1 em 50.063.860. Essas estatísticas estão disponíveis no próprio site da Loterias CAIXA, mas nem isso afasta a maioria dos apostadores. De acordo com o relatório ‘A sorte em números’, elaborado pela Caixa Econômica Federal, o ano de 2023 atingiu um recorde histórico de arrecadação, alcançando R$ 23,4 bilhões em apostas - o maior resultado de todos os tempos.

Esse dado reforça a percepção de que, de modo geral, ‘a casa sempre sai ganhando’. “Quanto mais pessoas apostam, maior o volume total que entra para o sistema, ao passo que somente uma parcela minúscula - muitas vezes apenas um grupo limitado ou até mesmo uma única pessoa - de fato recebe o prêmio máximo. Todo esse cenário explica porque, do ponto de vista financeiro, as loterias dificilmente são consideradas um bom negócio”, comenta o educador financeiro João Victorino.

João explica que participar de apostas populares, como a Mega-Sena, implica arcar com uma despesa que, na maior parte dos casos, não retorna ao bolso do apostador. Os jogos de azar são organizados para que a maioria dos participantes não recupere o que gastou. Em termos estatísticos, a chance de conquistar o grande prêmio é extremamente baixa. Em alguns casos, se alguém quiser ‘garantir’ vitória, teria que gastar muito mais do que o valor a ser ganho e, ainda assim, correria o risco de dividir o montante com outros ganhadores.

Este ponto evidencia como a loteria não compensa, pois se existir mais de um vencedor na mesma categoria, o prêmio será fracionado. Isso reduz a quantia final e torna o custo-benefício ainda menos atraente. Na prática, se o objetivo é gerar rentabilidade ao longo do tempo, as apostas não se encaixam como uma estratégia viável.

Os benefícios sociais promovidos pelas loterias da Caixa
Embora as loterias sejam criticadas como um mau negócio para o apostador, há um lado positivo no destino de parte da arrecadação. Conforme informações oficiais divulgadas pela Caixa Econômica Federal, uma fração significativa dos valores obtidos com as apostas (48% do total arrecadado) é direcionada a projetos sociais, educacionais e esportivos, ultrapassando o total de R$ 11 bilhões em 2023. Esse repasse inclui incentivo ao esporte, manutenção de programas sociais e investimentos em áreas como saúde e cultura.

Esses benefícios ajudam a contrabalancear, em parte, o caráter especulativo das loterias. Ao mesmo tempo em que a maioria dos apostadores perde dinheiro, há um retorno para a sociedade em geral, graças ao repasse compulsório de verbas para fundos específicos. “Portanto, mesmo não sendo uma boa estratégia de rentabilidade individual, as loterias promovem melhorias coletivas, que acabam beneficiando a população, diferentemente dos sites de apostas esportivas e cassinos online, onde a maior parte do lucro sai do Brasil, mesmo com a nova legislação”, afirma João.

O que muda nos bolões da Mega da Virada?
O especialista destaca que os bolões da Mega da Virada podem oferecer uma percepção ligeiramente diferente sobre a aposta, embora, na essência, ainda sejam loterias. A probabilidade de acerto pode ser maior ao somar vários jogos em grupo, mas, mesmo assim, nada garante lucro. O aspecto que costuma pesar nessa decisão está mais ligado ao fator social: muitas pessoas entram em bolões para não se sentirem excluídas, caso o grupo em que estão envolvidas seja contemplado.

Um exemplo marcante é o caso de um restaurante onde apenas um funcionário não aderiu ao bolão e acabou ficando de fora quando o restante ganhou um prêmio milionário. Esse receio de ‘ser o único a continuar trabalhando’ é o que leva muitas pessoas a participarem, mesmo reconhecendo que as chances de ganhar são minúsculas.

Vale a pena participar dos bolões da Mega da Virada?
“Considerando somente a perspectiva financeira, a resposta permanece negativa. O risco de perda permanece alto, pois a loteria não muda sua natureza só porque houve a formação de um bolão. Ainda assim, existe o fator emocional e social, já que entrar em um bolão é frequentemente encarado como uma forma relativamente barata de não ficar arrependido se o improvável acontecer e todos ao seu redor ganharem”, pontua João.

Na prática, participar de um bolão envolve pagar por uma tranquilidade psicológica de não ser o único a ficar de fora em uma eventual vitória. Apesar disso, se a intenção for realmente ‘investir’, o educador financeiro ressalta que há inúmeras alternativas no mercado financeiro que oferecem tanto segurança quanto potencial de ganhos mais consistentes ao longo do tempo.

Experiência pessoal: a tranquilidade de participar do bolão e fugir do ‘FOMO’
Muitas pessoas enfrentam o ‘FOMO’ (Fear Of Missing Out), que é o medo de perder ou ficar de fora de algo importante. É justamente esse receio que leva muitos a se juntarem a bolões da Mega da Virada, mesmo sabendo que a chance de ganhar é ínfima.

“Eu, João, tenho uma experiência particular: na última empresa em que trabalhei por 15 anos, havia um bolão anual organizado pela esposa do dono de uma lotérica. Em todo esse tempo, nunca chegamos perto do prêmio principal, no máximo, acertamos uma quadra que não cobriu nem as despesas das apostas. Nos últimos dois anos, decidi não participar. Porém, passei as duas semanas que separavam a organização do bolão e o sorteio com uma ‘pulga atrás da orelha’, sentindo muita ansiedade e medo de que eles ganhassem e eu ficasse de fora. Então, se você se conhece bem e sabe que esse receio pode prejudicar seu bem-estar, entrar no bolão pode valer a pena, já que o valor pago é geralmente pequeno em comparação à tranquilidade que você terá”.

O especialista João Victorino indica o que fazer com o prêmio

  • Caso você seja agraciado com um prêmio expressivo, a primeira recomendação é manter discrição. Viver em um país onde a criminalidade é elevada exige cautela. Evite declarar abertamente que ficou milionário e não divulgue essa informação em redes sociais ou em locais onde não tenha controle de quem está ouvindo.
  • Em seguida, é aconselhável ser conservador na aplicação do valor. Uma quantia desse porte possibilita receber rendimentos satisfatórios mesmo em produtos de risco baixíssimo. É preciso ter prudência ao utilizar esses rendimentos, pois exaurir o valor principal fará com que a fortuna encolha ao longo do tempo. A melhor prática é sempre viver com menos do que o montante efetivamente rende, garantindo uma vida financeira saudável no longo prazo.

Conte com profissionais especializados
João reforça que para quem não tem familiaridade em administrar grandes somas, a orientação de profissionais capacitados é indispensável. Planejadores financeiros e consultores de investimentos podem indicar onde alocar o dinheiro de forma segura e alinhada às suas metas de vida, ajudando a evitar armadilhas comuns que podem levar a prejuízos elevados.

“Também é prudente procurar auxílio jurídico para questões tributárias, de doações e de planejamento sucessório. Seguir as recomendações desses especialistas aumenta a probabilidade de preservar e multiplicar o patrimônio de maneira sustentável. Afinal, receber uma quantia tão elevada pode mudar completamente sua rotina, mas exige um nível de responsabilidade que não deve jamais ser subestimado”, finaliza.


Sobre João Victorino
João Victorino é administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e educador financeiro, formado em Administração de Empresas, tem MBA pela FIA-USP e Especialização em Marketing pela São Paulo Business School. Após vivenciar os percalços e a frustração de falir e se endividar, a experiência lhe trouxe aprendizados fundamentais em lidar com o dinheiro.

Hoje, com uma carreira bem-sucedida, João busca contribuir para que pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos ou carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.


Informações à imprensa:
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  • Mega da Virada
     





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