- mell280
15/01/2025 08h10
O que esperar do mercado imobiliário goiano em 2025?
A venda de imóveis seguirá crescendo, mesmo diante de fatores como alta de juros, mudanças no financiamento pelo SBPC e a alta do dólar, dizem os especialistas, que listaram 6 tendências nos imóveis
# SEGMENTO ECONÔMICO SEGUIRÁ PROTEGIDO DA ALTA DE JUROS
Os imóveis econômicos devem ser, em 2025, o único segmento que estará protegido do impacto das perspectivas da alta taxa de juros para este próximo ano, uma vez que ainda é grande a demanda reprimida por habitação no País. “O governo federal tem demonstrado interesse em fortalecer ainda mais o MCMV, gerando melhores condições de financiamento para famílias de baixa renda”, explica André Ramos, gestor comercial da MRV em Goiás que, só em Goiás, tem mais de 2.000 mil unidades disponíveis para serem financiadas pelo MCMV.
# IMÓVEIS DE GOIÂNIA CONTINUAM SENDO BONS INVESTIMENTOS
A capital ocupa a 2ª posição nacional em atratividade de imóveis de alto padrão no Índice de Demanda Imobiliária (IDI) Brasil, perdendo apenas para São Paulo. Outro ponto positivo foi a valorização imobiliária. De acordo com levantamento do Índice FipeZap, os valores dos imóveis em Goiânia aumentaram 11,49% em 2024, bem acima da média nacional e da inflação.
A capital tornou-se a décima mais populosa do País e a região metropolitana vem acompanhando este ritmo. “Goiânia tem tido muito investimento, tem entrado muita gente de fora e sua população cresce o dobro da média nacional. Esse ano o mercado cresceu, mesmo com uma baixa no agronegócio. Em 2025, a gente tem a retomada do agronegócio, o que para Goiás é muito favorável”, avalia Ricardo Teixeira, do Grupo URBS.
# IMÓVEIS CORPORATIVOS MAIS HUMANIZADOS
Muita gente achou que o trabalho presencial iria cair em desuso após a pandemia, o que não aconteceu. Na verdade, o que houve foi uma grande mudança no conceito dos lançamentos corporativos, que agora trazem mais espaços de convivência, descompressão e bem-estar. No Euro Towers Live Office, lançamento que está em obras no Parque Lozandes, por exemplo, haverá espaço para convivência e lounge de descompressão no térreo. “As pessoas querem um espaços mais aconchegantes no trabalho, um lugar agradável para a pausa em um job, para uma reunião”, salienta Henrique Campello, gerente comercial da Euro Incorporações, realizadora do projeto.
O projeto também contará com estúdio de podcast, car wash, bicicletário, vestiário para condôminos, ou seja, diferenciais atualizados com as atuais demandas de conectividade e vida sustentável. Além disso, salienta Campello, as pessoas estão privilegiando morar perto do trabalho. No caso do Euro Towers Live Office, além de atender o público que mora nos condomínios horizontais da GO 020 e quer ter seu negócio mais perto de casa, o projeto inclui uma torre de apartamentos compactos.
# LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA DO ESTADO ESTIMULA EMPREENDIMENTOS INDUSTRIAIS E LOGÍSTICOS
Projeções indicam que 2024 deve fechar com um total de 3,1 milhões de m² em galpões logísticos e industriais entregues no Brasil, superando em 39% o volume registrado em 2023, segundo o relatório Highlights de Mercado, desenvolvido pela empresa especializada EREA “Goiás, devido à sua localização estratégica no centro do País, com o avanço do e-commerce e dos centros de distribuição, está bem posicionado para seguir essa expansão”, avalia Danilo Tavares, sócio-diretor da Localiza Urbanismo, empresa loteadora que está construindo o Reserva do Bosque, um bairro planejado na cidade de Abadia de Goiás, na Grande Goiânia, e que em pouco mais de um ano de seu lançamento, já comercializou 80% de suas áreas comerciais.
Rodrigo Lima, engenheiro civil e CEO da Urbaniza BR, empresa de desenvolvimento Imobiliário que acaba de lançar o Jardim dos Pássaros, em Aparecida de Goiânia, bairro planejado com cerca de 60 áreas comerciais, também avalia que o segmento de galpões comerciais e de logística seguirá tendo uma grande demanda, principalmente na modalidade de Built to Suit ou BTS, construído conforme a necessidade do locatário. “O que a gente tem visto é exatamente essa crescente, principalmente aqui na região metropolitana de Goiânia, uma região estrategicamente localizada”, destaca.
# A CULTURA DE MORAR EM CASA CONTINUA AQUECENDO OS CONDOMÍNIOS HORIZONTAIS
O sócio-diretor do Grupo Urbs, Leandro Chaer, prevê que o segmento dos condomínios horizontais seguirá aquecido em 2025, especialmente em Goiânia. “A segurança, a liberdade e infraestrutura toda voltada para a qualidade de vida são o que atraem as famílias”, diz. Ele diz que essa demanda também existe em outras grandes cidades, porém, aqui é mais forte. “A gente consegue ainda ter condomínios fechados muito perto da região consolidada, tornando este sonho viável”, diz.
Especialista na área, Ediberto Morais Jardim Filho, também defende a proximidade como um fator de sucesso dos condomínios horizontais. “Quando lançamos a linha Portal do Sol, em 2011, tinha muita gente que dizia que era longe demais. Só que hoje você tem muito mais condomínios horizontais para além deste perímetro onde estamos hoje”, revela o gerente do Portal do Sol Golfe, que este ano lançou mais 207 unidades referentes a sua última etapa.
# MAIOR PREOCUPAÇÃO COM AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Os recentes episódios de desastres naturais, a exemplo do que aconteceu no Rio Grande do Sul em 2024, devem influenciar cada vez mais os novos projetos imobiliários, tanto no que diz respeito à adoção de processos construtivos sustentáveis quanto também agregar tecnologias para o uso mais sustentável do imóvel, como o reúso de água, o uso de energia solar, entre outras medidas. Este alinhamento com o meio ambiente deve acontecer com força no mercado imobiliário goiano, que é observado por todos os players nacionais e costuma lançar tendências. “O mercado já tem iniciado muito forte com o conceito da biofilia e deve crescer as iniciativas que favoreçam essa relação do homem com a natureza dentro da cidade, trazendo muito paisagismo, muito verde”, afirma Ricardo Teixeira, sócio do Grupo Urbs.
Outro exemplo dos condomínios fechados horizontais que hoje, em seus terrenos, acompanham a curva de nível da água, permitindo com que seja absorvida dentro do próprio condomínio. “Isso previne os estragos das enxurradas e abastece os lençóis freáticos. Você tem também projetos com muito mais áreas verdes e outros com área de plantio que usam, por exemplo, a técnica da agrofloresta”, ressalta Teixeira.
Gran Essence, lançamento da MRV em Aparecida de Goiânia. O residencial que se enquadra no MCMV arquivo MRV baixar em alta resolução |
Ricardo Teixeira, sócio do Grupo Urbs, especialista do mercado imobiliário arquivo URBS |