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31/01/2025 12h32
Tudodoms Saúde: Envelhecer com saúde não tem mistério, mas é preciso reagir agora
Estilo de vida saudável e check-ups regulares são fundamentais para o envelhecimento saudável e ativo
Por Idaicy Solano
Manter uma rotina de exercícios físicos e realizar check-ups médicos regularmente são pilares fundamentais para um envelhecimento saudável e ativo. Com o avanço da idade, o corpo passa por transformações naturais que podem ser amenizadas com uma rotina saudável e atenta às necessidades.
A prática de atividades físicas não só fortalece os músculos e ossos, como também melhora a disposição, o equilíbrio e a saúde mental. Já o acompanhamento médico ajuda a identificar e tratar possíveis problemas de saúde, garantindo mais qualidade de vida e independência na terceira idade.
A agente de saúde Rosalina Maria dos Santos, de 60 anos, relata que costumava ser uma pessoa sedentária e decidiu mudar a rotina após uma separação. Ela conta que, depois do divórcio, se sentia muito só e, por isso, buscou na prática de exercícios físicos uma maneira de se sentir melhor consigo mesma.
Já se passaram seis anos desde que ela começou a fazer treino funcional, musculação e a praticar corrida, e hoje colhe os frutos de ter escolhido mudar completamente seu estilo de vida.
"Eu era muito nervosa, tomava muita cerveja, fumava, e a atividade física me tirou disso. Hoje procuro ter uma alimentação mais saudável, e minha saúde melhorou muito. Não faço uso de medicação, minha pressão é normal, meu peso está equilibrado, durmo bem, sou uma pessoa mais calma e tranquila", detalha.
Rosalina descreve que a mudança na rotina a ajudou a encarar o envelhecimento de uma maneira mais saudável, disposta e plena. Além disso, conquistou muitas amizades ao longo do caminho e afirma se sentir realizada. "Hoje não me sinto mais só, consigo distrair a mente, é a minha paixão".
Rosalina também faz musculação, e relata que "mora" em academia (Foto: Arquivo Pessoal)
Entrar para a corrida também foi um divisor de águas na vida de Maria Helena Rodrigues, de 72 anos, que começou a correr há 12 anos para vencer a diabetes, após sofrer riscos de entrar em coma por causa da doença. Ela relata que o esporte a ajudou a conquistar mais qualidade de vida e que hoje se sente vivendo em uma realidade completamente diferente da que tinha aos 60 anos.
“Ajuda a manter minha mente firme e minha saúde em dia. Hoje me sinto uma senhora idosa com saúde e disposição. Também gosto muito de música, porque a música rejuvenesce a gente. Eu sou rockeira e sertaneja também, porque sou nascida e criada aqui em ‘Campão’”, compartilha.
Maria Helena também destaca que manter os exames de rotina em dia é essencial, e que ao sentir qualquer tipo de dor já corre para o consultório. Além disso, ela trabalha vendendo biscoitos e sopa paraguaia na rua, então está sempre ativa.
Em entrevista ao Lado B, Maria Helena falou sobre como começar a correr mudou sua vida "da água para o vinho" (Foto: Osmar Veiga)
Basílio Santana de Oliveira também é um exemplo de disposição e cuidados com a saúde, e comemorou seus 80 anos fazendo o que mais ama: correndo. Além de correr, Basílio também faz academia e musculação, é exemplo de superação para os colegas de treino, e sempre faz questão de lembrar aos mais jovens que saúde é investimento.
"Sempre falo para essa galera jovens que eles têm que investir em si mesmo, investir na saúde. Através dos esportes vamos passando essa mensagem".
Em sua casa, o idoso conta que coleciona muitos troféus e medalhas de corrida, e mesmo com as complicações físicas que surgem por conta da idade, correr para ele é uma forma de superar seus próprios desafios.
Não pode ficar parado
A profissional de educação física Suzani Pinheiro explica que prática regular de exercícios na terceira idade é fundamental para manter a saúde física, mental e emocional. Alguns dos principais benefícios incluem a melhora da mobilidade e equilíbrio e reduz o risco de quedas e fraturas.
Manter uma boa rotina de exercícios físicos contribui com o fortalecimento muscular e ósseo, previne a osteoporose e a sarcopenia (perda de massa muscular), melhora a saúde cardiovascular, diminui o risco de hipertensão, diabetes e doenças cardíacas.
A prática também ajuda no bem-estar mental, reduz sintomas de depressão e ansiedade, melhora a autoestima e estimula a socialização, além de contribuir na manutenção do sistema cognitivo. As atividades indicadas pela profissional na terceira idade são: caminhadas, corridas, alongamentos e mobilidade, musculação, hidroginástica, ioga, pilates e jogos coletivos.
"Exercícios ajudam a prevenir o declínio cognitivo e doenças como Alzheimer. Aumenta a independência e facilita a realização de atividades diárias, proporcionando mais autonomia. O ideal é estar sempre acompanhado de um profissional de educação física para garantir segurança e eficiência nos exercícios", completa.
Basílio comemorou 80 anos com corrida realizada em sua homenagem em Campo Grande (Foto: Arquivo)
Os seis pilares do envelhecimento saudável
Segundo geriatra José Roberto Pelegrino, seis fatores são determinantes quando o assunto é envelhecimento saudável. O primeiro deles é a atividade física, pois o avanço da idade causa perda de massa muscular, então é importante deixar o sedentarismo de lado e se exercitar. "Quando se fala em atividade física na terceira idade, as pessoas logo pensam em atividade aeróbica, mas não é só isso. É necessário atividades de resistência, musculação".
O segundo pilar é a alimentação saudável. José Roberto destaca que, segundo suas pesquisas, uma das melhores opções para este público é a dieta do mediterrâneo, que consiste em uma alimentação com maior consumo de carne de peixe, grãos, azeites e pouco açúcar. O profissional explica que o cardápio pode ser adaptado à realidade brasileira, e o ideal é consultar um nutricionista.
O terceiro fator é o sono de qualidade, que é essencial para a saúde. José Roberto detalha que dormir bem é investimento, então o ideal é dispor de um ambiente agradável com cama e travesseiros de qualidade, para não prejudicar o idoso. Já o quarto fator é a manutenção da reserva cognitiva, ou seja, aprender coisas novas e relevantes.
"Há uma pesquisa canadense, em que eles pegaram vítimas de comprometimento cognitivo leve e passaram e ensinar outro idioma para essas pessoas. O grupo que não aceitou fazer o curso ficou como controle. Quem aprendeu o outro idioma [comparado a quem não aceitou aprender] retardou o Alzheimer em cinco anos. É importante fazer recreação, aprender um instrumento, idiomas, danças diferentes, artesanatos elaborados", exemplifica.
O quinto fator é ligado à saúde psicológica e a resiliência emocional, e José Roberto destaca que é importante ser "de bem com a vida". Para isso, o médico orienta cultivar boas amizades, ter um bom convívio social e praticar atividades como yoga ou meditação. O sexto e último fator, segundo o profissional, é manter o check-up médico em dia, e tratar as possíveis doenças crônicas que possam aparecer.
Além disso, também é importante evitar o excesso de consumo de álcool e cigarro. "Se fizer isso tudo aí, as chances de chegar aos 100 anos bem é muito grande. O que predomina é o estilo de vida", completa.
Maria Helena ao lado de colegas na Maratona de Campo Grande (Foto: Arquivo))
Quando fazer o check-up?
Segundo José Roberto, o ideal para pessoas acima de 60 anos é fazer o check-up completo - exame de sangue, colesterol, diabetes, tireoide, metabolismo e a parte cardiológica - pelo menos uma vez por ano. No caso das mulheres, é necessário ainda fazer os exames preventivos e de mama, e os homens o exame preventivo da próstata. Outro alerta do médico é para não neglicenciar doenças crônicas,
"A prevenção é a parte mais barata e mais gostosa de fazer, mas infelizmente no Brasil a gente faz muito pouco. Além de ser gostoso ter alimentação saudável e aprender coisas novas, você vai estar contribuindo para a prevenção de muitas doenças, como AVC, infarto Alzheimer", descreve o médico.
E para quem acha que o envelhecimento está distante e não se preocupa com a saúde agora, José Roberto faz um alerta: "Nós devemos nos preocupar com a saúde desde quando nós nascemos. Saúde é um investimento. Se você não investir, a vai sofrer lá na frente essas faltas".
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