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Especialista analisa o comportamento do câmbio no mês de fevereiro e as expectativas para março


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05/03/2025 12h49

Especialista analisa o comportamento do câmbio no mês de fevereiro e as expectativas para março

Lara Santana | Agência ERA®


Por Lucas Tavares, especialista em câmbio na WIT Exchange

Lucas Tavares, especialista em câmbio na WIT Exchange - Créditos: Divulgação

  • Quais foram os principais fatores que influenciaram o comportamento do câmbio em fevereiro?

Foi um mês de bastante volatilidade. Iniciamos o mês com o dólar a R$ 5,87, já seguindo um movimento de queda iniciado em janeiro. Chegamos a ter o menor fechamento desde novembro de 2024 (R$ 5,68 em 18 de fevereiro), mas, nos últimos dias, o dólar voltou a ganhar força frente ao real. 

Os principais fatores de queda foram a expectativa de que as medidas do Bacen fossem suficientes para controlar a inflação (como o aumento da taxa Selic, por exemplo) e o fluxo cambial ter apresentado menor saída líquida, o que alivia a pressão sobre o real. Já os fatores que fizeram o real voltar a perder força incluem o IPCA-15, que registrou a maior alta para fevereiro desde 2016, além do número de novos empregos ter superado as expectativas – o que sugere uma economia aquecida e, consequentemente, eleva o risco de inflação e a possibilidade de juros mais altos. No cenário externo, as tarifas de Trump voltaram à pauta, com taxações sobre México e Canadá anunciadas para iniciarem em 4 de março.

  • Como as oscilações cambiais impactaram os setores da economia brasileira?

As importações recuaram em fevereiro. Além disso, observou-se uma escalada do dólar mais acentuada no final do mês. Vale destacar que fevereiro coincide com o Ano Novo Chinês – o principal parceiro comercial do Brasil –, período em que as importações praticamente param por cerca de 15 dias. Em contrapartida, os bons números de exportações contribuíram para o superávit da balança comercial.

  • Quais fatores políticos e econômicos têm mais influenciado a volatilidade do dólar?

As incertezas fiscais estão sempre no radar, com preocupações relativas ao déficit orçamentário e à inflação, que tem apresentado aumentos significativos – o que sugere que a política de elevação de juros deve continuar por mais tempo. Além disso, há a influência da política monetária dos EUA e das taxações que permanecem na pauta, mexendo com o mercado global.

  • Como o cenário político interno no Brasil e eventos internacionais, como a taxação comercial, estão afetando o câmbio?

A política de taxação comercial imposta por Trump tende a fortalecer o dólar em relação às demais moedas, principalmente as moedas de países emergentes. Esse conjunto de medidas cria um ambiente de incertezas e instabilidade comercial, que pode levar investidores a buscar refúgio em ativos mais seguros, como o dólar, além de elevar o custo dos produtos importados por esses países, pressionando a economia e fazendo com que as moedas locais se depreciem.

  • Quais estratégias de proteção cambial você recomenda para empresas e investidores neste momento?

As empresas podem recorrer ao hedge, ao câmbio futuro e a instrumentos de crédito ou derivativos para mitigar riscos. Para os investidores, é importante ter parte do patrimônio dolarizado e diversificar, mantendo uma parcela do capital em renda fixa – que é um ativo mais seguro, embora ofereça menor retorno.

  • Como o real se comportou em relação ao dólar e a outras moedas emergentes ao longo de fevereiro? Quais foram os principais fatores que influenciaram essa movimentação?

O real estava se valorizando frente ao dólar até os últimos dias do mês, mas reverteu para perdas, voltando ao mesmo patamar do início do mês. Neste momento (27/02), o real encontra-se a R$ 5,83 – a mesma cotação do fechamento do primeiro dia útil do mês.

  • Com base na dinâmica do câmbio em fevereiro, o que pode ser esperado para março? Há tendência de maior desvalorização ou recuperação do real?

É sempre difícil prever, pois o real está suscetível a diversos fatores que influenciam seu preço. O real chegou a R$ 5,68 em fevereiro, mas voltou a se desvalorizar. Atualmente, o mercado trabalha com um piso de R$ 5,70, em caso de queda, e com R$ 5,90, em caso de alta.

  • Em fevereiro, o dólar chegou a atingir R$ 5,68, menor valor desde o dia 7 de novembro (R$ 5,6752). Quais fatores explicam essa volatilidade? O dólar pode baixar ainda mais?

A sinalização de medidas para conter a inflação, como a elevação da Selic, ajudou o real a se valorizar, além do fluxo cambial de saída ter diminuído bastante. De acordo com os últimos dados de inflação e o crescimento na criação de novos empregos, não se prevê que o dólar retome um movimento de queda significativo no momento.

  • Em março, teremos a segunda Super Quarta do ano. O que o mercado espera em relação à Selic e à inflação? Como as decisões do BC e FED podem impactar a taxa de câmbio no mês de março?

O mercado espera que o Banco Central aumente a taxa Selic para cerca de 14,25% em março, como tentativa de conter a inflação persistente. Resta saber se o Copom seguirá a alta de 1 ponto percentual indicada na última reunião ou elevará ainda mais os juros, influenciado pelos dados do último IPCA-15. Ao mesmo tempo, o mercado espera que o Federal Reserve dos EUA mantenha as taxas de juros, já que a inflação ainda continua elevada.

  • Com a variação do dólar turismo, a moeda sobe e é vendida por R$ 5,967. O que justifica esse movimento e quais são os impactos para brasileiros que viajam ou compram em moeda estrangeira?

O dólar turismo é mais caro por incorporar uma margem adicional em relação ao dólar comercial, refletindo impostos e custos operacionais, por exemplo. Para o brasileiro, isso significa que viajar se torna muito mais caro. Uma alternativa é utilizar uma conta global para converter real em dólar com base na cotação comercial.  

Sobre a WIT - Wealth, Investments & Trust

A WIT - Wealth, Investments & Trust - é assessoria, planejamento e execução para cuidar do patrimônio de pessoas, grupos familiares e empresas, de forma integral e sincronizada, apoiada por uma sofisticada estrutura de especialistas e de empresas que atuam de forma independente, porém complementar.

O multi family office atua nas áreas de assessoria de investimentos; fundos exclusivos; câmbio e remessas internacionais; serviços financeiros (principais linhas de crédito) e emissão de dívidas em mercado de capitais; seguros e benefícios; ativos imobiliários e consultoria patrimonial. Atualmente, a empresa está presente em nas capitais de São Paulo e Paraná, em Curitiba, e em cidades do interior paulista: Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, Araçatuba, Votuporanga, Jundiaí e Itu.

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