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21/06/2025 10h48
Mulher é assassinada a facadas em Maracaju após discussão com companheiro
MS já contabiliza 16 feminicídios neste ano, conforme dados atualizados até este sábado
Por Viviane Oliveira
Doralice da Silva, de 42 anos, foi morta a facadas dentro de casa, na Rua dos Pereiras, na Vila Juquita, em Maracaju, município a 159 quilômetros de Campo Grande. O crime ocorreu após uma discussão com o companheiro, Edemar Santos Souza, de 31 anos, apontado como principal suspeito. Ele se apresentou à polícia nesta manhã e negou o crime. Com esse caso, Mato Grosso do Sul já contabiliza 16 feminicídios neste ano.
Conforme relatos de vizinhos, por volta das 22h30 de ontem (20) houve briga entre o casal. Cerca de meia hora depois, os gritos cessaram, e Edemar foi visto saindo da casa pela porta da frente, empurrando uma carriola em direção ao Bairro Nenê Fernandes.
Por volta das 23h15, a filha da vítima, chegou à residência e encontrou a mãe caída no chão do quarto, coberta de sangue e já sem vida. A Polícia Militar foi acionada e chegou ao local minutos depois, isolando a área até a chegada da equipe da Polícia Civil e da perícia criminal.
Segundo o boletim de ocorrência, vizinhos relataram que as brigas entre o casal eram frequentes, mas Doralice nunca havia registrado boletim de ocorrência nem solicitado medidas protetivas contra Edemar. A investigação também apontou que, embora a vítima possuísse medida protetiva em desfavor de um ex-marido, eles estavam separados há mais de um ano e não mantinham contato. Já Edemar havia sido alvo de medida protetiva anteriormente, solicitada por sua mãe, mas a decisão já estava extinta.
Diligências foram feitas em endereços ligados ao suspeito, como as casas dos pais e região de chácaras, mas ele não foi localizado. Testemunhas, incluindo a filha da vítima, uma vizinha e a irmã de Doralice, prestaram depoimentos e relataram que a vítima havia sido orientada a procurar ajuda, mas nunca o fez formalmente.

Doralice foi morta a golpes de faca na noite de ontem (Foto: reprodução / rede social)
Suspeito nega crime - Na manhã deste sábado (21), por volta das 6h, Edemar se apresentou espontaneamente no Quartel da Polícia Militar da cidade, negando a autoria do crime. Ele afirmou ter tomado conhecimento de que estava sendo apontado como autor e negou qualquer envolvimento no assassinato.
Em depoimento inicial aos policiais, o homem relatou que havia saído com a vítima, com quem mantinha relacionamento, com destino ao mercado da cidade, utilizando uma motocicleta. Durante o trajeto, disse que sofreram um pequeno acidente e, por esse motivo, decidiram retornar para casa. No local, conforme sua versão, houve uma discussão que resultou no término do relacionamento.
O suspeito também afirmou que, ao chegarem à residência, havia ali a presença de uma terceira pessoa, um homem que ele disse não conhecer, e que chegou em um veículo Volkswagen Gol, de cor prata. Esse indivíduo, segundo o relato, o ajudou a recolher seus pertences, que foram colocados numa carriola, antes de sua saída. Ele disse ainda que essa terceira pessoa permaneceu na residência com Doralice após sua saída.
O homem informou aos policiais que vizinhos possuem câmeras de segurança que poderiam confirmar sua versão dos fatos. Após deixar o local, afirmou ter seguido pela Rua Mário Silva, na Vila Juquita, em direção à região da Zebulândia, e, posteriormente, à casa de uma tia, nas proximidades do Cras da Vila Margarida. O caso segue sob investigação da Polícia Civil do município.
A Prefeitura de Maracaju se manifestou por meio de suas redes sociais com nota de repúdio. “Esse crime bárbaro fere não apenas a vida de uma mulher, mas também toda a nossa sociedade. A violência contra a mulher é inaceitável e precisa ser combatida com firmeza, compromisso e ações contínuas”, afirmou o comunicado oficial. A prefeitura reforçou seu compromisso com políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero e manifestou solidariedade aos familiares da vítima.