- mell280
22/06/2025 09h35
EUA dizem que programa nuclear do Irã está 'devastado', mas que não há pressão para mudança de regime
Explicando a operação, o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine disse que os EUA utilizaram sete bombardeiros furtivos B-2 nos ataques
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, disse neste domingo que os ataques ordenados pelo presidente Donald Trump durante a noite às instalações nucleares iranianas "devastaram" o programa nuclear do Irã e pediu aos líderes iranianos que "busquem a paz" para evitar novos ataques. O chefe do Pentágono disse ainda que a intenção da operação, chamada "Midnight Hammer" (Martelo da Meia-Noite, em tradução livre), não teve como objetivo o fim do regime na República islâmica e destacou que a intervenção dos EUA na guerra de Israel com o Irã "não é ilimitada".
— Nós devastamos o programa nuclear iraniano — disse o Hegseth em uma coletiva de imprensa no Pentágono. acrescentando que a operação "não teve como alvo as tropas iranianas ou o povo iraniano". — A operação planejada pelo presidente Trump foi ousada e brilhante, mostrando ao mundo que a dissuasão americana está de volta.
Trump, segundo Hegseth, "busca a paz, e o Irã deve seguir esse caminho".
— Esta missão não era, e não tem sido, sobre mudança de regime — acrescentou. — O presidente autorizou uma operação de precisão para neutralizar as ameaças aos nossos interesses nacionais representadas pelo programa nuclear iraniano e pela autodefesa coletiva de nossas tropas e de nosso aliado Israel.
As autoridades do Pentágono divulgaram novos detalhes sobre os ataques na manhã deste domingo. Explicando a operação, o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine disse que "foi uma missão complexa e de alto risco", "altamente confidencial", e "realizada com habilidade e disciplina excepcionais por nossa força conjunta".
— O principal grupo de ataque, composto por sete bombardeiros B-2 Spirit, voou 18 horas do território continental dos Estados Unidos até o Irã, com múltiplos sistemas de reabastecimento em voo — explicou Caine em entrevista coletiva no Pentágono. — Os caças iranianos não voaram e, aparentemente, os sistemas de mísseis terra-ar iranianos não nos detectaram durante a missão.
Segundo Hegseth, o Pentágono notificou o Congresso sobre o ataque ao Irã pouco após a decolagem dos aviões, cumprindo a Lei dos Poderes de Guerra (War Powers Resolution) — que limita os poderes de um presidente de iniciar ou expandir ações militares sem a aprovação parlamentar.
A decisão, contudo, gerou divisão no Congresso americano, inclusive entre republicanos, e críticas de democratas por Trump não ter informado previamente.
*Em atualização


