- mell280
08/07/2025 11h38
Selic a 15% amplia oportunidades em renda fixa, mas exige atenção ao risco
Especialista destaca prefixados e híbridos como alternativas para garantir rendimento elevado no longo prazo com juros em patamar histórico
A taxa Selic no patamar de 15% abre uma série de possibilidades para investidores que buscam alocações mais seguras e rentáveis. De acordo com Adriana Ricci, head de Operações da SHS Investimentos, esse nível não era observado desde 2006, o que torna o momento especialmente atrativo para consolidar estratégias em renda fixa.
"A taxa Selic nesse patamar é muito interessante, mas é preciso cautela. Entre as alternativas disponíveis, os títulos prefixados têm ganhado destaque por oferecerem a oportunidade de travar taxas elevadas por prazos mais longos. Hoje, é possível encontrar rentabilidades entre 15,5% e 17% ao ano em produtos com vencimentos de até sete anos”, afirma Ricci.
Segundo a especialista, para quem prioriza liquidez, os pós-fixados continuam relevantes, pois acompanham a curva de juros e permitem resgates imediatos. “Eles servem também como uma reserva estratégica para aproveitar futuras oportunidades em renda variável. Ainda assim, a recomendação é diversificar o portfólio, combinando diferentes modalidades de títulos para equilibrar risco, retorno e flexibilidade”.
Os produtos híbridos, atrelados ao IPCA mais uma taxa fixa, aparecem como uma opção interessante para proteger a carteira contra eventuais aumentos da inflação. "Hoje encontramos taxas de IPCA + 7%, IPCA + 7,5% ou até mais, principalmente em crédito privado, mas eles exigem uma análise cuidadosa por envolver maior risco", explica Adriana.
No caso dos CDBs, o investidor conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito, limitada a 250 mil reais por CPF e por instituição, o que confere maior segurança. Já produtos como debêntures incentivadas, CRIs e CRAs expõem o investidor diretamente ao risco de crédito, demandando uma avaliação detalhada da saúde financeira das empresas emissoras.
Adriana destaca ainda que manter parte do capital em pós-fixados garante não apenas liquidez, mas também flexibilidade para migrar para outras classes de ativos, como ações, quando a taxa de juros começar a recuar. "Não se deve direcionar todo o capital para o prefixado. A diversificação entre pós, pré e híbrido é essencial para construir uma estratégia robusta e preparada para diferentes cenários", finaliza a especialista, que soma 25 anos de atuação no mercado financeiro.
Sobre a especialista:
Adriana Ricci é especialista em investimentos e tem 25 anos de atuação no mercado financeiro. É fundadora, gestora e head de Operações da SHS Investimentos, empresa que atua no mercado financeiro desde 2008 e possui 2 unidades, sendo a sede em São José dos Campos, SP.
Possui certificações pela Ancord como Assessora de Investimentos, pela Anbima no PQO, Programa de Qualificação Operacional da Bolsa de Valores, e CPA-20, e pela Febraban, a FBB-100. Bacharel em Administração e Financista, pós-graduada com MBA em Finanças, Auditoria e Controladoria pela FGV.