11/07/2025 15h54
Pecuarista que matou vizinho em briga por boi se entrega à polícia
Paulo Afonso de Lima Lange se apresentou na manhã desta sexta-feira em Dourados
Por Helio de Freitas, de Dourados
O pecuarista e empresário Paulo Afonso de Lima Lange, 66, que matou a tiros o seu vizinho de fazenda, Volnei Kommers Beutinger, 52, médico veterinário e também proprietário rural, se entregou à Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (11), em Dourados, a 251 km de Campo Grande.
Motivado por desavenças anteriores e por briga após um boi de Volnei fugir para a fazenda de Paulo, o crime ocorreu na propriedade do autor, na margem da MS-468, no distrito de Itahum, a quase 80 km do centro de Dourados.
O delegado Lucas Albe Veppo, chefe do SIG (Setor de Investigações Gerais), confirmou que Paulo se entregou acompanhado de advogado. O autor será interrogado ainda nesta manhã. A polícia não informou se ele vai ser autuado em flagrante ou se vai ser liberado por ter se apresentado espontaneamente.
O crime – Na manhã de ontem, acompanhado de um funcionário, Volnei Beutinger foi até a propriedade de Paulo Lange para procurar um boi que havia escapado de sua área e entrado nas terras do vizinho. Os dois já possuíam desavenças. Paulo também é dono de loja de produtos veterinários na Avenida Joaquim Teixeira Alves, centro de Dourados.
Quando chegou ao local, Volnei e o filho de Paulo entraram em luta corporal. Para defender o filho, o pecuarista se armou com um revólver calibre 38 e atirou a direção do vizinho. Um dos disparos atingiu Volnei no peito e ele morreu no ato.
Paulo Lange teria mandado o funcionário de Volnei levar o corpo do patrão, mas a testemunha se negou. Nesse momento, o pecuarista arrastou a vítima até uma caminhonete, levou o corpo até a fazenda de Volnei e fugiu.
Em depoimento à Polícia Civil, o filho do autor – homem de 37 anos – e o empregado de Volnei confirmaram as informações de que o crime ocorreu durante a briga e que Paulo Lange havia levado o corpo da cena do crime.
Condenado – Em abril de 2013, fiscalização conjunta do MPT (Ministério Público do Trabalho), da Polícia Federal e Ministério do Trabalho e Emprego flagrou um trabalhador submetido a condições semelhantes à escravidão na fazenda de Paulo Lange, mesmo local onde ocorreu o crime.
Quase dez anos depois, em 4 de outubro de 2022, Paulo Lange foi condenado pelo juiz federal Fabio Fischer a quatro anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto por crimes contra a liberdade pessoal (condição análoga à de escravo). Ele também já tinha sido preso por porte ilegal de arma.
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